O governo do Irã pediu nesta segunda-feira aos Estados Unidos para ignorarem os pedidos do governo israelense –em conter o avanço do programa nuclear– e para o país se “concentrar nos próprios problemas”.
A declaração feita pelo porta-voz do ministério de Relações Exteriores do país, Hasan Qashghavi, foi uma resposta ao pedido do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ao presidente americano, Barack Obama, para “ajudar a deter o Irã”. Obama disse que as relações diplomáticas com o país serão reavaliadas no final do ano.
A tentativa de aproximação pacífica de Washington com Teerã ocorre desde março deste ano, quando o presidente enviou uma mensagem de paz ao governo iraniano –em virtude da festividade do Noruz (ano novo).
Segundo Qashghavi, a visita do primeiro-ministro israelense à Casa Branca não é mais que uma tentativa de transferir a outros países os problemas internos que tem com Israel e seu conflito com os árabes.
“Por isso, é muito importante que as autoridades americanas prestem atenção aos problemas do país e estejam atentas para que o regime sionista não os envolva em seus problemas”, afirmou o porta-voz.
Antes da chegada de Netanyahu a Washington, o vice-ministro das Relações Exteriores israelense, Daniel Ayalon, afirmou que Israel queria que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) reforçassem as sanções contra o Irã, país que estaria “muito fraco”, de acordo com o Estado judeu.
Sobre o programa nuclear iraniano, o porta-voz da diplomacia iraniana insistiu em que o único país com armas atômicas no Oriente Médio é Israel. “O desarmamento nuclear é uma questão global, e não é possível esquecer Israel quando todo o tempo se fala da ameaça iraniana. É um erro”, disse Qashghavi.
Qasghavi se referiu mais uma vez às tentativas de reconciliação com o Irã feitas pelo presidente americano. “Consideramos esta aproximação realista, mas ainda esperamos para ver como acontecerá na prática. O Irã acredita que Obama deve ter a oportunidade de mudar”, disse.
F.Online