Às vésperas do aniversário da Revolução Islâmica de 1979, a televisão estatal do Irã informou nesta segunda-feira que o país produziu munição para artilharia guiada por laser capaz de atingir alvos em movimento com grande precisão. Citando o ministro iraniano da Defesa, general Ahmad Vahidi, a TV afirma que o projétil era uma munição "inteligente" com a capacidade de identificar seus próprios alvos.
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Segundo a agência oficial iraniana Irna, Vahidi considerou um grande sucesso o desenvolvimento desses projéteis, denominados "Basir", que, segundo disse, terão utilidade contra alvos fixos e em movimento, tais como fortes, pontes, quartéis, tanques e outros veículos e instalações. Segundo as declarações de Vahidi, o Irã é um dos cinco países do mundo capazes de fabricar projéteis de artilharia guiados por laser.
A notícia, que não dá detalhes sobre o armamento, foi acompanhada de uma gravação mostrando uma peça de artilharia disparando um projétil, ao que se seguiu uma explosão no deserto. Não há como confirmar de forma independente a veracidade das informações.
Submetido a um embargo da ONU sobre a compra de armas ofensivas como parte de sanções por seu programa nuclear, O Irã ocasionalmente anuncia a produção e o teste de equipamento militar, que vão desde torpedos a mísseis e jatos de guerra. Desde 1992, as Forças Armadas realizaram um programa cujo objetivo é tornar o país autossuficiente na produção de armamento moderno.
O general Vahidi anunciou na semana passada que seu ministério apresentará durante as comemorações da Revolução Islâmica de fevereiro de 1979 novas munições, além de sistemas de defesa marítima, aérea ou de guerra eletrônica mais avançados.
Oferta para a AIEA
O anúncio do novo armamento foi feito no mesmo dia em que o ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, ofereceu estender uma visita atual que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) fazem ao país, expressando otimismo de que suas descobertas ajudem a aliviar as tensões em meio às alegações do Ocidente de que o país tenta construir armas nucleares.
A visita dos inspetores da AIEA, que começou no domingo, estava prevista para acabar na terça-feira e é a primeira a ocorrer no Irã desde um relatório de novembro que sugere que alguns dos experimentos da República Islâmica têm objetivos militares.
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Os EUA e seus aliados querem que o país persa suspenda o enriquecimento de urânio por temer que possa eventualmente produzir um material para ser usado em armas. O Irã diz que seu programa tem propósitos pacíficos – produzir eletricidade e material médico para tratar pacientes com câncer.
Há uma semana, os 27 membros da União Europeia (UE) impuseram um embargo de petróleo contra o Irã como parte das sanções para pressionar o país a retomar as negociações sobre seu programa atômicos. A medida se segue à ação dos EUA de também limitar a habilidade do Irã de vender petróleo, que corresponde a 80% de sua renda externa.
*Com AP, EFE e AFP
IG/ULT.SEG