O governo iraniano condenou pela primeira vez, os ataques contra a Zona Verde de Bagdá, onde ficam a Embaixada dos Estados Unidos e as instituições do governo iraquiano, dominado pelos xiitas.
O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores iraniano, Mohamad Ali Hosseini, denunciou os bombardeios das áreas xiitas na cidade de Basra e no bairro de Sadr City (Bagdá).
“Do ponto de vista da República Islâmica, os ataques contra a Zona Verde, onde ficam as instituições e as entidades iraquianas, assim como os centros diplomáticos, estão categoricamente condenados”, disse Hosseini, segundo a televisão estatal.
O porta-voz também expressou o apoio de Teerã à campanha das forças de segurança iraquianas contra os grupos considerados pelo primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, “fora da lei”, e ressaltou que a atuação do executivo de Bagdá “é legal”.
“O tratamento legal do governo contra os grupos armados ilegais é uma ação que favorece o restabelecimento da segurança no Iraque”, disse.
A afirmação do porta-voz iraniano ocorre depois das informações sobre a mediação de Teerã para colocar fim aos recentes confrontos em Basra entre as forças de segurança e a milícia Exército Mehdi.
O líder dessa milícia, o clérigo radical Moqtada al Sadr, é considerado o único dirigente xiita iraquiano que se opõe abertamente à presença das tropas americanas no Iraque.
O porta-voz pediu “moderação” e a que as diversas formações políticas iraquianas atuem com “sensatez e tolerância, a favor da paz e da segurança do povo desse país”. Ele também pediu que “as forças de ocupação permitam ao povo iraquiano resolver os problemas internos de seu país”.
EUA
Hosseini anunciou nesta segunda-feira que seu país está estudando um novo pedido formal dos EUA para retomar as negociações que os dois países realizam desde maio passado, com a participação do governo de Bagdá, sobre a segurança do Iraque.
A declaração de hoje é interpretada pelos comentaristas como uma tentativa de Teerã de melhorar sua imagem aos olhos dos iraquianos, muitos dos quais, especialmente os sunitas, acusam o Irã de envolvimento no conflito no Iraque.
A República Islâmica também é acusada pelos EUA de ingerência em assuntos do Iraque, e de apoiar com armas os grupos insurgentes que atuam contra as tropas americanas. Teerã nega a acusação.
F.on.L