O governo do Irã informou nesta segunda-feira (8) ao Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) que a partir desta terça (9) iniciará uma nova fase de enriquecimento de urânio, agora a 20%, o nível mais alto até agora, informou a TV estatal iraniana.
O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad havia instruído no domingo (7) o chefe da Agência de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, “a trabalhar na produção de urânio enriquecido a 20%”. A ordem foi dada durante discurso transmitido pela TV estatal.
“Demos (às grandes potências) dois a três meses (para concluir um acordo sobre intercâmbio de urânio), e se não estão de acordo, começaremos a produzir urânio altamente enriquecido”, afirmou Ahmadinejad ao inaugurar uma exposição dedicada à tecnologia laser. “Agora, Dr Salehi, comece a produzir urânio (enriquecido) a 20% com nossas centrífugas”, acrescentou, dirigindo-se ao chefe de seu departamento atômico, que estava na mesma sala.
Ahmadinejad afirmou também que a ordem não significa que seu país abandonou as negociações.
As declarações do presidente abrem um novo capítulo na inflamada queda-de-braço que o Irã mantém com grande parte da comunidade internacional por causa das suspeitas levantadas por seu programa nuclear.
Polências como Estados Unidos, Israel, França, Alemanha e Reino Unido, querem evitar que o Irã possa enriquecer urânio até o grau de pureza necessário para o uso em armas atômicas. Eles acusam o regime islâmico de esconder, sob seu esforço atômico civil, um projeto de natureza clandestina e de aplicações bélicas.
O Irã, por sua vez, refuta as acusações e garante que seu programa nuclear é pacífico.
O conflito se agravou no final do ano passado depois que Teerã rejeitou uma proposta de Washington, Paris e Moscou para enviar seu urânio a 3,5% ao exterior e recuperá-lo tempo depois enriquecido a 20%, nas condições necessárias para manter operacional seu reator nuclear civil na capital.
G1C/AgInter