Até o final de 2022, agenda de reformas e de privatizações atrairá mais R$ 500 bilhões, apontou Paulo Guedes em evento da revista Exame
Além da carteira de R$ 540 bilhões de investimentos já contratados para o país desde o início do governo, o Brasil terá outra fatia de R$ 500 bilhões para novos projetos assegurados até o final de 2022, apontou nesta quarta-feira (20/10) o ministro da Economia, Paulo Guedes. A análise foi apresentada na abertura da premiação Melhores e Maiores 2021, promovida pela Revista Exame, em São Paulo. O ministro participou ao vivo do evento, de Brasília, por transmissão pela internet. Guedes ressaltou que tamanha capacidade de atração de recursos para o país – mesmo durante a fase mais aguda da pandemia da Covid-19 – demonstra a força e o potencial da economia brasileira, em uma prova inquestionável sobre o ritmo de crescimento em 2021 e no ano que vem.
“O Brasil vai crescer conforme o que fizermos para o país crescer. E nós estamos motivados, acreditando no Brasil”, disse Guedes. O avanço das reformas estruturais e a modernização dos marcos regulatórios já estão disparando uma nova onda de investimentos, em um processo de relançamento da economia, advertiu o ministro, ao lembrar do sucesso dos leilões de 26 aeroportos, seis terminais portuários e uma ferrovia realizados este ano. Segundo ele, novos ativos já estão prontos para serem negociados dentro de muito pouco tempo.
O fluxo de investimentos, destacou Guedes, é um dos sinalizadores que comprovam a retomada do caminho do crescimento pelo Brasil, com a confiança de agentes nacionais e internacionais em investir no país. “O importante é que tomamos passos na direção correta. O país está evoluindo institucionalmente. Sempre confiei na nossa democracia, nas nossas instituições”, declarou o ministro. Ele destacou que os ajustes iniciados em 2019, desde o início do governo, foram essenciais para que o Brasil tivesse força para enfrentar os impactos da pandemia. Lembrou que o país superou projeções pessimistas e surpreendeu o mundo com retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, em situação muito melhor que a média dos países avançados e emergentes.
Agora o Brasil está crescendo mais. A nossa democracia tem capacidade de entrega. Foi o único país que fez reformas estruturantes em meio à pandemia”, enfatizou Paulo Guedes. Entre essas reformas, o ministro destacou a aprovação da autonomia do Banco Central, dos gatilhos fiscais, dos novos marcos regulatórios do gás natural e do saneamento e o encaminhamento dos processos de privatização dos Correios e de capitalização da Eletrobras. Guedes apontou que desde o começo do governo houve avanços no rompimento do regime de monopólios estatais – como na área de petróleo –, deixando para trás um sistema que inibia novos investimentos e impedia a queda de preços dos insumos, como energia e combustíveis.
De acordo com o ministro, a agenda de reformas não para de avançar, mantendo um sinal claro aos mercados globais que o Brasil é, atualmente, a principal fronteira de investimentos do mundo. Guedes destacou que questões como a pressão da alta dos precatórios sobre o orçamento e o financiamento do apoio aos brasileiros mais desassistidos estão sendo equacionadas, com o apoio do Congresso e manutenção da responsabilidade fiscal. O caminho rumo ao crescimento sustentável é irreversível, afirmou, ao alertar que “toda conversa dizendo que o Brasil não vai crescer é um erro de avaliação”.
Potência verde
O ministro da Economia destacou, ainda, que a 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26) ajudará a reforçar perante o mundo que o Brasil é uma potência verde, uma nação-chave para a construção de uma economia global sustentável, e que esse debate vai gerar bons resultados para o desenvolvimento do país. “No novo mercado de carbono, o Brasil vai ter protagonismo. O Brasil conservou suas riquezas naturais e precisa receber por essa preservação. Nos países avançados, a destruição de recursos naturais foi ao limite. Por isso eles precisam de nós, pelos serviços de preservação ambiental”, pontuou Guedes. A COP 26 será realizada entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia.
Paulo Guedes ressaltou que o Brasil – mesmo sendo um dos principais agentes econômicos mundiais – é responsável por somente 1,7% das emissões de poluentes, muito menos do que Estados Unidos (15%), Europa (14%) e China (30%). Citou, também, o lançamento da Cédula do Produtor Rural (CPR) Verde no começo deste mês, um instrumento inovador para remunerar a prestação de serviços ambientais, ou seja, com pagamentos diretos a quem preserva o meio ambiente. Esses dados, apontou o ministro, comprovam a posição brasileira de “potência verde” global, o que representa mais um diferencial positivo para o país no novo cenário econômico mundial. Ele lembrou que o Brasil vai avançar com o novo Programa de Crescimento Verde, que contará com US$ 2,5 bilhões, incluindo financiamento do New Development Bank (NDB), o “Banco dos Brics”.
Guedes advertiu que o Brasil superou a crise da Covid-19 com mecanismos de proteção à saúde da população, apoio social aos mais vulneráveis e mecanismos de proteção ao emprego e às empresas; e reforçou a posição brasileira como a quarta maior democracia digital. “Agora que estamos com vacinação em massa, o que vai permitir o retorno seguro ao trabalho, vamos crescer bem mais do que está sendo previsto”, afirmou. O ministro ressaltou que o retorno em “V” dos níveis de atividade já ocorreu, com a retomada dos níveis da economia a patamares superiores aos do período pré-pandemia. “O Brasil se levantou, está fazendo reformas e vai crescer no ano que vem”, concluiu o ministro da Economia.
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