domingo, 22/12/2024
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Investimento na Copa faz subir dívida de Mato Grosso

Ainda sem um nome definido para sua sucessão, o governador Silval Barbosa (PMDB-MT) caminha para o fim do mandato com dívidas pressionando o caixa do Estado.

Para bancar as obras de preparação de Cuiabá para a Copa, a gestão tomou R$ 1,57 bilhão em empréstimos.

Cálculo do Tribunal de Contas mostrou que o pagamento das dívidas irá impactar as contas em R$ 250 milhões por ano até 2019, quando as parcelas começam a cair. O empréstimo mais longo só vence em 2044.

"O pagamento anual dos empréstimos corresponderá a 79% do investimento em obras em 2012, comprometendo investimentos da próxima gestão", avaliou o tribunal. A dívida do Estado alcançará R$ 7 bilhões até 2014 –salto de 52% ante 2010.

O governo nega que deixará "herança maldita" ao sucessor e afirma ter melhorado o perfil da dívida: "MT reduziu o endividamento a um quinto em relação a 2003, indo de 264% para 50% da receita corrente líquida", declara o secretário-adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes.

O secretário reconhece um "aumento significativo" nas despesas com pessoal –média de 16% ao ano desde 2005, segundo a associação municipalista estadual– mas afirma que "o pior já passou".

No mesmo período, a arrecadação de ICMS, principal tributo estadual, cresceu a uma média de 3,4%. Relação que, segundo a associação, tende ao "insustentável".

O aperto se reflete no cotidiano da gestão: a sede da Procuradoria-Geral do Estado ficou sem energia e telefone por falta de pagamento, e o secretário da Saúde chegou a ser afastado pela Justiça por não regularizar atraso no repasse de verbas a municípios.

Pressionado pela Copa, Barbosa é alvo de críticas de moradores do interior por supostamente priorizar a capital. Uma de suas promessas de campanha para o interior, a ligação por asfalto de todos os 141 municípios, ainda não saiu do papel, por exemplo.

Como já foi reeleito, o governador ainda avalia se conclui o mandato ou deixa o cargo até março de 2014 para tentar o Senado, como deseja o PMDB. Pela oposição, o senador Pedro Taques (PDT) é um dos nomes cotados para a disputa e antecipa que as contas estaduais poderão ser tema de campanha: "Está havendo nítido descontrole".

Uma opção do PMDB seria abrir mão da cabeça de chapa para o juiz federal Julier da Silva. Nesse possível arranjo, o magistrado se filiaria ao PT, a quem é próximo. Outro provável candidato que o PMDB pode vir a apoiar é o senador Blairo Maggi (PR), de quem Barbosa foi vice-governador.

 

 

 

Folha de São Paulo

Rodrigo Vargas

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Parmenas Alt
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