quinta-feira, 21/11/2024
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Investigados por desvios na Assembleia tentaram combinar depoimentos ao Gaeco

Escutas telef&ocircnicas gravadas, em 1&deg julho de 2015, por interm&eacutedio do N&uacutecleo de A&ccedil&otildees de Compet&ecircncia Origin&aacuteria (Naco) e do Grupo de Atua&ccedil&atildeo Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) mostram uma intensa movimenta&ccedil&atildeo de empres&aacuterios, servidores e deputados estaduais, tentando combinar o que iam dizer em depoimento coercetivo (quando a pessoa &eacute obrigada a depor) sobre o esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 10 milh&otildees dos cofres da Assembleia Legislativa, como aponta &quotOpera&ccedil&atildeo Ventr&iacuteloquo&quot. Nesta mesma data, a ju&iacuteza Selma Rosane Arruda, da S&eacutetima Vara Criminal de Cuiab&aacute, havia decretado a pris&atildeo do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jos&eacute Geraldo Riva.

As conversas est&atildeo no relat&oacuterio de 40 p&aacuteginas divulgado, nesta quarta-feira (23), pelo Minist&eacuterio P&uacuteblico do Estado (MPE) que denunciou o envolvimento dos deputados Romoaldo Junior (PMDB), Mauro Savi (PSB) e Gilmar Fabris (PSD), al&eacutem de outras nove pessoas envolvidas na suposta organiza&ccedil&atildeo criminosa.

De acordo com o documento, o dono das empresas FH Com&eacutercio de Combust&iacuteveis, Shop Com&eacutercio de Combust&iacuteveis e Rodo Shop Transportes &ndash supostamente usadas para &quotlavar o dinheiro&quot para Romoaldo – Jos&eacute Ant&ocircnio Lopes, mais conhecido como &quotToninho&quot, demonstra preocupa&ccedil&atildeo e telefona para orientar seu s&oacutecio Sidney, que na liga&ccedil&atildeo &eacute identificado como Rosa, de como agir diante do Gaeco. &quotO Rosa se for um neg&oacutecio, eu fiz uma doa&ccedil&atildeo na campanha de Romoaldo, mas foi tudo dentro da lei. Se falarem alguma coisa, voc&ecirc diz que n&atildeo sabe de nada e joga tudo pra cima de mim&quot. Em seguida, Toninho refor&ccedila a orienta&ccedil&atildeo e encerra a liga&ccedil&atildeo.

Depois liga para esposa Patr&iacutecia, s&oacutecia na empresa RedeShop e Rodoshop, e avisa que ela ter&aacute que depor na sede do Gaeco. Ela se irrita ao saber da doa&ccedil&atildeo de R$ 200 mil a Romoaldo J&uacutenior, na campanha de 2012. Quer saber de onde veio o dinheiro. Por que voc&ecirc fez a doa&ccedil&atildeo amor?, N&atildeo tinha dinheiro mesmo&quot, Toninho responde que depois falaria sobre o assunto.

&lsquoRosa&rsquo tamb&eacutem se irrita com Toninho, desta vez, em outra liga&ccedil&atildeo. &quotRapaz, pelo amor de Deus, trabalha direito. S&oacute t&aacute trabalhando errado!, critica o empres&aacuterio.

Para os promotores, o &aacuteudio demostra que Jos&eacute Antonio Lopes usou a empresa para &quotlavar o dinheiro&quot desviado da Assembleia repassando para Romoaldo de forma l&iacutecita como doa&ccedil&atildeo eleitoral. Os valores seriam para quitar d&iacutevidas de campanha.

Por outro lado, Ana Paula Ferrari Aguiar, funcion&aacuteria e acusada pelo MPE de ser laranja do deputado Gilmar Fabris, teve que explicar sobre o recebimento de R$ 95 mil, incompat&iacutevel com sua renda. O valor foi relatado por Jos&eacute Riva como propina durante seu depoimento, por&eacutem, afirmou que n&atildeo tinha convic&ccedil&atildeo que o colega tinha conhecimento que o valor era de propina.

Mas grava&ccedil&atildeo do Gaeco mostra que no fim do dia 1&ordm de julho o deputado fez uma liga&ccedil&atildeo para sua funcion&aacuteria questionando, logo ap&oacutes o depoimento. Voc&ecirc n&atildeo deixou aqui&quot, ent&atildeo Ana responde: ainda n&atildeo, n&atildeo pegou ainda, mas ir&aacute deixar?. Fabris responde: est&aacute bem, encerrando a liga&ccedil&atildeo.

Neste caso, o Minist&eacuterio P&uacuteblico questiona. Ora, se [Fabris] o mesmo n&atildeo tinha ci&ecircncia da origem il&iacutecita dos recursos, por que toda a utiliza&ccedil&atildeo de exaustiva e trabalhosa &lsquotriangula&ccedil&atildeo&rsquo para recebimento dos valores?, diz a den&uacutencia.

Os documentos apresentados por Jo&atildeo Carlos de G&ecircnio detectaram que Mauro Savi, usou a propina paga em cheque por Joaquim F&aacutebio Mielli (este um dos delatores do esquema) para quitar d&iacutevidas relacionadas &agrave compra de gado e material gen&eacutetico bovino. O MP aponta que Savi usou cerca de R$ 259 mil em cheque, todos em nome de Mielli.

DEN&UacuteNCIA

O Minist&eacuterio P&uacuteblico do Estado de Mato Grosso denunciou os deputados estaduais Romoaldo Aloisio Junior (PMDB), Mauro Savi (PSB), Gilmar Fabris (PSD) e outras nove pessoas pelo desvio de R$ 10 milh&otildees investigados pela Opera&ccedil&atildeo Ventr&iacuteloquo. Para o MPE os investigados juntamente com o ex-presidente do Legislativo, Jos&eacute Riva, tamb&eacutem incluso no processo, constitu&iacuteram organiza&ccedil&atildeo criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divis&atildeo de tarefas, com objetivo de saquear os cofres p&uacuteblicos.

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Com Rep&oacuterterMT

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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