Investigadores federais envolvidos no caso JonBenet Ramsey, modelo mirim morta violentamente há dez anos, informaram que estão muito interessados no que o assassino confesso da garota, o professor John Mark Karr, vem dizendo desde que foi preso. Karr enviou vários e-mails a um colega, e alguns deles foram publicados na imprensa nesta sexta-feira. Em uma das mensagens, o professor afirma que está sendo investigado por “infanticídio e por molestar crianças” em quatro Estados diferentes. Porém, segundo investigadores, Karr não é tão investigado quanto acredita. Mesmo assim, seus e-mails chamaram a atenção dos investigadores e eles agora querem interrogar novamente o suspeito.
Nesse meio tempo, o advogado da família de Ramsey, Lin Wood, afirmou que Patsy Ramsey, mãe da garota assassinada, mostrou interesse em maio em se encontrar com Karr caso isso auxiliasse no avanço das investigações. Porém, ela morreu em junho, de câncer, sem ter a oportunidade de conversar com o professor.
O advogado afirmou também que a correspondência enviada por Karr para Patsy direto da prisão nunca chegou às mãos de sua cliente, pois as cartas eram enviadas para um endereço errado. Ele disse que policiais ou outras pessoas davam um endereço diferente do de Patsy para que a correspondência nunca chegasse a ela.
Perguntas sem respostas
Karr, de 41 anos, foi preso em Bangcoc, na Tailândia, nesta semana. Ele afirmou que drogou e estuprou JonBenet e acabou matando-a acidentalmente. Ainda não se sabe se ele realmente drogou a garota, se a molestou sexualmente ou mesmo se estava no Colorado no momento em que ela foi morta.
“Está claro para mim que ele está obcecado pelo caso e agora temos que descobrir se ele realmente esteve envolvido”, disse Carlton Smith, autor do livro Death of a Little Princess: The Tragic Story of the Murder of JonBenet Ramsey (A Morte de uma Pequena Princesa: A Trágica História do Assassinato de JonBenet Ramsey, sem tradução para o português).
Segundo a advogada Mary Lacy, líder da investigação criminal, existem muitas perguntas sem respostas. Ela afirmou que “há muito mais trabalho” a ser feito no caso contra o suspeito.
A autópsia de JonBenet não encontrou evidências que mostrem que ela ingeriu drogas e concluiu que sua morte foi causada por estrangulamento depois de ter sido espancada. Foram encontradas feridas vaginais, mas não é certo que a menina tenha sido estuprada. Não havia sêmen em seu corpo.
“Não tirem conclusões, não façam julgamentos precipitados, não especulem. Deixem o sistema judicial decidir o caso”, declarou, sem mais detalhes, a advogada.