Dois minutos quase custaram ao Inter a eliminação nas quartas de final Na Libertadores. Em dois minutos, os colorados sofreram dois gols do Estudiantes, na Argentina. Mas faltando exatos um par de minutos, Giuliano descontou em um chute cruzado, colocando o clube na semifinal na competição, apesar da derrota por 2 a 1. Agora, o time de Jorge Fossati enfrenta o São Paulo.
O Inter não foi um time ousado ou que tenha buscado a vitória desde o começo, mas no geral esteve atento ao jogo, em mais um confronto parelho, como havia sido em Porto Alegre na vitória gaúcha por 1 a 0. Só que entre os 19 e aos 21 minutos do primeiro tempo a equipe apagou, desligou, fechou os olhos para o campo. Os Pincharratas se aproveitaram. Primeiro Verón teve espaço. Buscou jogo no seu campo, achou González livre na área colorada para marcar o primeiro. Depois, a defesa olhou a cobrança de lateral e Pérez acertou o ângulo de Abbondanzieri.
Só que o Inter, mesmo com todos os seus problemas, mesmo atuando maior parte do jogo com somente um homem de frente, o Inter lutou. O Colorado não tem Verón, mas tem Andrezinho. Aos 43 minutos, o meia deu um tapa para Giuliano tocar para dentro do gol. Se o time de Jorge Fossati quase estragou tudo em dois minutos, Giuliano resolveu a situação a 120 segundos do fim do tempo regulamentar.
Após o apito final, houve tumulto entre alguns jogadores na saída para os vestiários. O zagueiro Desábato, do Estudiantes, chegou a agredir o goleiro Pato Abbondanzieri, do Inter, com uma cabeçada e os atletas da equipe brasileira tiveram dificuldades para deixar o gramado sem serem atingidos por pessoas que invadiram o campo.
O jogo
Jorge Fossati foi óbvio como se esperava. Jogando pelo empate, novamente o treinador colorado escalou somente um atacante e três zagueiros. O problema não foi o esquema. As ações estavam equilibradas. Se o Inter pressionava pouco, o Estudiantes não assustava a área colorada. Não fosse um chute de Verón defendido por Abbondanzieri, o goleiro não teria trabalhado durante os primeiros 15 minutos.
Apesar das críticas coloradas ao estádio do Quilmes, onde ocorreu o jogo, não havia um clima tenso, um ambiente bélico capaz de intimidar ou amedrontar os gaúchos. Bolívar chegou a comparar o Centenário com o Edmundo Feix, estádio onde ele deu seus primeiros passos no futebol profissional no interior do Rio Grande do Sul. Porém, o adversário não era o Guarani de Venâncio Aires. Do outro lado estava o Estudiantes, atual campeão da América. E os Pincharratas possuem Juan Sebastián Verón, um mito do futebol das últimas duas décadas.
O meia argentino iniciou o processo de desestabilização dos brasileiros. Foi uma ação curta durou dos 19 aos 21 minutos, mas causou um estrago do tamanho da grandeza do Inter. Primeiro, Verón buscou jogo no seu campo. Levantou a cabeça e lançou González. Bolívar, centralizado, deu espaço a sua direita. Nei não fez a cobertura. O atacante recebeu no grande espaço vazio e tocou para o gol na saída de Abbondanzieri.
Depois, a defesa ficou o olhando a cobrança de lateral, outra bola foi jogada para o campo pelo gandula, sem que ela tirasse a atenção da defesa colorada. Todos corriam para tentar tirar o espaço de Pérez, era tarde demais. O esforço foi insuficiente. Em um belo chute no ângulo, ele ampliou.
D”Alessandro apareceu pela primeira vez para o jogo após o Inter sofrer o segundo gol ao bater boca com Verón. A discussão mexeu com os nervos do jogador colorado. Ele passou a ter mais a bola no pé, entretanto, a movimentação de seus colegas não era das melhores, dificultando o passe, deixando lenta a transição da defesa para o ataque e fazendo D”Ale e Andrezinho abusarem da condução de bola.
O lance de gol no primeiro tempo para a equipe de Fossati ocorreu somente aos 30 minutos, em chute fraco de Alecsandro para defesa de Orión. O Inter saiu do vestiário para o segundo tempo igual na sua formação, porém, diferente em seu futebol. O time voltou pior do que tinha entrado para o intervalo. Sem triangulações e com muitas bolas longas. Os colorados chegaram a ter um gol anulado por impedimento duvidoso em chute de Alecsandro.
Fossati deu a Walter 22 minutos para mudar o panorama da partida e fazer um golzinho. O abandono do esquema com um atacante fez o Inter crescer. O Estudiantes arriscava de longe, mas não entrava mais na área colorada. Mesmo não sendo o ideal, os gaúchos melhoraram, sem conseguir pressionar e chutar a gol. O principal lance ocorreu em cobrança de falta, aos 29 minutos. Andrezinho cobrou no canto, alto, mas Orion esticou-se e defendeu. Walter quase fez aos 40, chutando para fora.
Mas o Inter acreditou. Enquanto não ouvisse o último trilar do apito de Oscar Ruiz, o time não se entregaria. Valeu a pena. Compensando os dois minutos de descuido, Giuliano, após passe de Andrezinho, bateu cruzado, dando uma classificação dramática. Mantendo o Colorado vivo na busca pelo bi da América.
Após o término da partida, ocorreu briga entre os dois times. O zagueiro Desábato e o goleiro Abbondanzieri discutiram e o defensor do Estudiantes acertou uma cabeçada no jogador do Inter. Além disso, os atletas brasileiros ficaram acuados em campo e outros jogadores foram agredidos, como o goleiro Lauro e o atacante Alecsandro
IG-Esp