quinta-feira, 21/11/2024
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Instituto dá aval a teste que detecta o HIV pela saliva

Aprovado e comercializado nos EUA desde 2004, o teste rápido de detecção de HIV por via oral foi lançado ontem no Brasil, em evento científico no Rio. O exame usa amostras de saliva (fluido oral), o resultado sai em 20 minutos e é 99% confiável.

O teste recebeu aval do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), mas ainda não foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O preço do teste no Brasil também não está definido-nos EUA, custa o equivalente a R$ 35.

Divulgação

OraQuick, que detecta em 20 minutos o HIV no organismo
A expectativa é que a Anvisa aprove o teste até o final deste mês e, assim, ele estará à disposição em clínicas e laboratórios particulares a partir de janeiro. Ainda não foi definido o preço.

O Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, informou ontem que aguarda o registro do produto para avaliar a sua inclusão ou não no serviço público de saúde.

Assim como nos EUA, o teste oral, chamado OraQuick, não estará à venda nas farmácias brasileiras, segundo o fabricante OralSure Technologies. Será usado em centros de saúde, hospitais e laboratórios-sempre com presença de um técnico para interpretá-lo e de um serviço de aconselhamento.

Exame de sangue

O Brasil já dispõe de outros testes rápidos de HIV, que demoram em média 40 minutos para ficarem prontos, mas precisam de amostras de sangue -que demanda mais profissionais e material para a realização. Esses exames são empregados em serviços de triagem de emergência, como em mulheres em trabalho de parto que não passaram pelo exame no pré-natal.

Já o resultado dos testes tradicionais usados para detectar o HIV, disponíveis na rede pública, pode demorar de três a 40 dias (dependendo da região do país). Para especialistas, essa demora é um dos fatores que faz com que 30% das pessoas que se submetem ao teste não voltem para buscar o resultado.

O teste oral pode detectar anticorpos do HIV-1 e do HIV-2 e é fácil de ser aplicado. Basta passar uma palheta (parecida com um cotonete) na gengiva e, então, mergulhá-la numa solução líqüida reveladora. Se o resultado for positivo, duas linhas vermelhas aparecerão.

A médica Ely Côrtes, chefe do setor de infectologia e coordenadora do Programa de Aids do Hospital da Lagoa, no Rio (ligado ao Ministério da Saúde), afirma que, em casos positivos, o resultado do teste deverá ser confirmado por outros exames tradicionais de sangue.

Para Côrtes, é fundamental que a pessoa testada tenha o suporte de um serviço de aconselhamento após o teste. “Não é brincadeira. Se der positivo, ele recebe o aconselhamento. Se der negativo, ele também deve ser orientado porque, se fez o teste, é porque esteve numa situação de risco.”

A médica explica que o fato de o fluido oral (ela evita dizer saliva) ser usado como meio de testagem não quer dizer que exista vírus da Aids na saliva. “É preciso deixar isso muito claro. O que pode existir no fluido oral são os anticorpos do vírus, que não são transmitidos para uma outra pessoa.”

Côrtes afirma que o teste oral é mais prático por dispensar agulha, seringa, entre outros apetrechos, além de profissionais para a coleta, análise e interpretação dos dados e informação do resultado ao paciente. Nos EUA, o exame oral foi incluído em campanhas públicas de detecção do HIV.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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