sábado, 23/11/2024
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Inquérito aponta namorada como assassina do coronel Ubiratan

O delegado que investiga a morte do coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães concluiu o inquérito sobre o crime e apontou a advogada e namorada do militar Carla Prinzivalli Cepolina como a autora do assassinato. Conhecido por ter comandado, em 1992, a ação que ficou conhecida como Massacre do Carandiru, na qual 111 presos foram mortos, Ubiratan foi morto com um tiro, em seu próprio apartamento, no dia 10 de setembro.

No relatório de 55 páginas, que resume 1.400 páginas dos 4 volumes do inquérito, o delegado Marco Antônio Olivato, chefe da 1ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirma que Carla matou Ubiratan por ciúmes. A advogada, que diz ser inocente, foi indiciada no último dia 27 de setembro por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima (que estava desarmada e alcoolizada).

O promotor Luiz Fernando Vaggione acompanhou todas as investigações do DHPP e já adiantou que vai denunciá-la (acusá-la formalmente perante a Justiça). Ele disse que deverá ajuizar a ação em no máximo 15 dias após receber o inquérito, previsto para ser entregue ao juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri da Capital, na segunda-feira.

Telefonema
O crime, segundo a tese da polícia, foi deflagrado por um simples telefonema que o coronel recebeu às 19h03, daquele sábado dia 9, da delegada federal Renata Azevedo dos Santos Madi, de 26 anos. Na ligação, Renata perguntou a Ubiratan se ele tinha lhe mandado uma mensagem de texto. Ele negou, alegando que estava dormindo.

Análise dos celulares de Ubiratan e de Renata mostrou que a delegada havia recebido o torpedo, às 18h54, com a seguinte texto. “Menina, onde anda você?” Imediatamente ela respondeu: “Tô chegando. Já ligo.” Quando chamou, descobriu que não fora o amante que lhe enviara a mensagem.

Os policiais acreditam que o torpedo enviado à delegada foi redigida por Carla, que estaria vasculhando o celular de Ubiratan enquanto ele cochilava. E, ao saber disso, Ubiratan tenha iniciado a discussão.

Três depoimentos – o de Renata e de dois porteiros – mostram que Carla estava dentro do apartamento no momento que três vizinhos ouviram o tiro que o matou, entre 19h e 19h30. A quebra de sigilo confirma o que Renata contou: que falou com Carla,pela segunda vez, às 20h26 pelo telefone fixo de Ubiratan. Nessa hora, segundo a delegada, Carla disse que ele não podia atender porque os dois discutiam. Nessa hora, segundo a polícia, ele já estava morto.

Roupas diferentes
A negativa de autoria só dificultará a defesa da advogada, que terá de explicar por que Carla tentou enganar a polícia, entregando roupas diferentes das que usava na noite que Ubiratan foi morto.

Imagens do circuito interno de segurança do prédio onde mora, no Campo Belo, mostraram que Carla usava blusa clara e uma jaqueta marrom naquele dia. Entretanto, ela entregou aos policiais uma blusa preta estampada com lantejoulas e uma jaqueta preta. A única peça autêntica era a calça de veludo verde que a acusada entregou molhada e com manchas vermelhas aos policiais dois dias após o crime.

O relatório será entregue sem o resultado do exame metalográfico (que busca vestígios de sangue e tiro) na calça de veludo verde de Carla. O exame ainda está em análise no Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica, que está com dificuldade de fazer a conclusão devido a um produto abrasivo que Carla utilizou para lavar a peça. “Tudo indica que ela utilizou esse produto de propósito. Por saber que ele limparia os vestígios de sangue e tiro”, disse.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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