No ano passado, a inflação percebida entre as famílias de baixa renda foi bem menos intensa do que em 2008. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos, e que subiu 3,69% no ano passado, após avançar 7,37% no ano imediatamente anterior.
Nesta terça-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou a taxa de dezembro do índice, que subiu 0,16%, após elevar-se 0,23% em novembro.
A taxa do IPC-C1 em 2009 também ficou abaixo da inflação média apurada entre famílias mais abastadas, com renda mensal entre um e 33 salários mínimos, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), e que subiu 3,95% no ano passado, após avançar 6,07% em 2008. O IPC-C1 de dezembro também foi menos intenso que o IPC-BR do mesmo mês, que subiu 0,24%.
De novembro para dezembro, a principal contribuição para a taxa menor do IPC-C1 partiu do grupo Alimentação, cuja taxa de variação de preços saiu de uma alta de 0,40% para uma deflação de 0,16%. Nesta classe de despesa, houve quedas ou desaceleração de preços em hortaliças e legumes (de 6,81% para -2,28%) e em frutas (de 2,57% para 1,29%).
No mesmo período, das sete classes de despesa, apenas os alimentos mostraram decréscimo em sua taxa de variação de preços. Cinco classes de despesa apresentaram aceleração de preços ou fim de deflação de novembro para dezembro. É o caso de Habitação (de 0,18% para 0,25%), Vestuário (de 0,98% para 2,17%), Saúde e Cuidados Pessoais (de -0,44% para 0,18%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,05% para 0,08%) e Despesas Diversas (de -0,04% para 0,36%). Já a classe de despesa restante, Transportes, manteve a mesma taxa de elevação de preços no período (de 0,01%).
A FGV informou ainda que, em 2009, a principal contribuição para a taxa acumulada pelo IPC-C1 partiu do grupo Habitação, cujos preços subiram 5,59% no ano passado, e responderam por 41% da variação IPC-C1 de 2009. Entre os principais destaques de elevação de preços em 2009 estão despesas com grande peso no orçamento das famílias de baixa renda, como aluguel residencial (6,69%) e gás de botijão (11,57%).