A inflação oficial, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), voltou a acelerar em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador passou de 0,45% em setembro para 0,75% em outubro, a maior taxa desde fevereiro, quando ficou em 0,78%.
Com esse resultado, o IPCA, utilizado no sistema de metas de inflação, acumula alta de 4,38% no ano, acima dos 3,50% registrados nos primeiros dez meses de 2009. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 5,20%.
Os preços dos alimentos subiram, em média, 1,89%, e foram responsáveis por 57% do índice de inflação de outubro. No mês, a alta do grupo alimentação e bebidas foi a maior desde junho de 2008, quando variou 2,11%, de acordo com o IBGE. Em setembro, os alimentos haviam ficado 1,08% mais caros.
O feijão carioca foi destaque de alta no mês passado, com variação de 31,42%. Desde o início do ano, o preço do produto mais do que dobrou, acumulando alta de 109,78%. Considerando todos os tipos de feijão, a alta foi de 23,48% em outubro e 76,74% no ano.
Com alta de 3,48%, as carnes tiveram a maior contribuição individual do mês, de 0,08 ponto percentual do IPCA. Entre os alimentos que ficaram mais baratos, a cebola teve seu preço reduzido em 6,46%, e o arroz, em 1,14%.
Não alimentícios
Os preços dos produtos não alimentícios também ficaram maiores em outubro, com a taxa passando de 0,27% no mês anterior para 0,41%. Os combustíveis subiram 1,56% e ficaram na segunda posição na ordem das contribuições, com 0,07 ponto percentual. O litro do etanol passou a custar 7,41% a mais do que no mês anterior, enquanto o preço da gasolina subiu 1,13%.
Sob influência dos combustíveis, o grupo transporte apresentou variação de 0,36%, acima dos 0,13% do mês anterior. Houve aceleração ainda nos grupos despesas pessoais (de 0,34% para 0,64%), habitação (de 0,40% para 0,48%) e vestuário (de 0,45% para 0,89%).
INPC
Também em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação para as famílias com rendimento entre um e seis salários mínimos, acelerou para 0,92%, acima da variação de 0,54% do mês anterior. Com o resultado, o acumulado do ano ficou em 4,75%, e nos últimos 12 meses, em 5,39%.
Os produtos alimentícios passaram de 1,20% em setembro para 2,21% em outubro, enquanto os não alimentícios foram de 0,26% para 0,37%.
G1/SP