O aumento do preço dos alimentos, que vem sendo registrado desde julho por todos os índices de inflação, já está refletindo no faturamento do comércio. Segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do segmento varejista de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo reduziram, em julho, o ritmo de crescimento ante igual período do ano anterior.
A expansão foi de 4,6%, ante 8,2% registrado em junho nesse indicador. O técnico da coordenação de serviços e comércio do instituto, Reinaldo Pereira, confirmou que a desaceleração pode estar relacionada ao aumento no custo dos produtos alimentícios. Segundo ele, a alimentação no domicílio, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou 3,2% no bimestre junho/julho.
Inflação
Os índices de inflação do País entraram em um movimento de crescente elevação a partir de julho, pressionados em grande parte pela alta nos preços dos alimentos.
No mercado interno, os produtos agropecuários estão enfrentando problemas de entressafra e de forte demanda. Como exemplo, é possível citar a continuidade da elevação de preços do leite no atacado, que subiu 13,85% em agosto, ante 8,91% em julho.
No cenário externo, a alta mundial do preço das commodities também pressiona os índices no Brasil. Para Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, a forte demanda externa produziu a alta das cotações.
Apesar da menor intensidade no crescimento, porém, o segmento de supermercados continua apresentando taxas positivas, segundo Pereira, porque é muito influenciado pelos resultados positivos do emprego e da renda. As vendas desse grupo acumularam alta de 6,6% no ano até julho e de 7,2% em 12 meses.
OEs