Índios da etnia Kayabí que habitam atualmente a área do Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, mantém reféns desde a última quinta-feira (30) quatro pescadores e um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) na Aldeia Sobradinho. Eles reivindicam a ampliação de suas terras.
A informação é do coordenador de Fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Bruno Barbosa. Ele disse à Agência Brasil que, além dos cinco reféns, os índios haviam retido três funcionários do órgão ambiental e outro da Funai, que se deslocaram até a área para verificar uma denúncia de pesca ilegal. O grupo se juntou a quatro pescadores que também tinham sido impedidos de deixar a aldeia.
Ontem (1º), os índios concordaram com a liberação dos funcionários do Ibama e de um servidor da Funai e um helicóptero foi neste sábado ao local resgatá-los. Entretanto, segundo Barbosa, os quatro pescadores permanecem reféns, assim como um funcionário da fundação, que tenta negociar o fim do protesto.
“Nosso helicóptero vai permanecer na região para apoiar na retirada dos reféns”, disse Barbosa. Os municípios mais próximos do aldeia são Sinop e Marcelândia.
De acordo com a Enciclopédia dos Povos Indígenas do Instituto Socioambiental (ISA), o Parque Indígena do Xingu não é terra tradicional dos Kayabí. Até aproximadamente a década de 1940, eles ocupavam uma extensa faixa entre os Rios Arinos, Tatuy (denominação Kayabí para o Rio dos Peixes) e médio Teles Pires ou São Manuel, localizada a oeste do Rio Xingu.
Hoje, os indígenas da etnia estão espalhados por diversas aldeias localizadas na região do Posto Indígena Diauarum, porção norte do parque e território habitado anteriormente pelos Yudja (autodenominação dos Juruna), Suyá e Trumai.
AB/F.on.L