É de amargar! Aquele que poderia ter sido um dos maiores concursos públicos
do país, uma nova chance na vida de milhares, oportunidade de empregos a
tantas pessoas esperançosas, se tornou um verdadeiro “pesadelo”, aliás, mais
uma vergonha para denegrir a imagem de Mato Grosso e, pior em nível
nacional. Inevitavelmente, tristemente, mais uma fraude para contabilizar.
Até quando?
O mais constrangedor é o fato de que tudo isso acontece num momento onde a
prioridade é mostrar o lado “belo” do Estado, afinal, Mato Grosso é um dos
escolhidos para a Copa de 2.014. Não podemos negar que a decepção é geral.
Desempregados, pais de famílias que buscam a estabilidade funcional,
estudantes de todo o país, enfim, representantes do “povo brasileiro” estão
aqui, no Estado, onde o tão esperado Concurso Público poderia fazer a
“diferença” depois de tantos anos na expectativa de tal evento.
Assim como milhares de candidatos, também fiz a prova. Exceto por algumas
questões que em minha opinião tiveram um teor “infeliz” e, porque não dizer
até “ridículo” para o nível dos cargos a que se propunha tal argüição, tudo
estaria dentro da normalidade, não fossem as inúmeras “aberrações” que
surgiram em alguns locais de provas, ainda nas primeiras horas do dia “D”,
mostrando a fragilidade da “segurança” ou a falta “dela”, que tantos temiam.
E agora? É a pergunta que não quer calar. É claro que o governo apontará uma
solução. Pode ser a prorrogação do evento, a devolução do valor pago pelos
candidatos na inscrição, mas nenhuma delas apagará a imagem da “vergonha”
que irá veicular, país afora, sobre o nosso Estado.
Enquanto pessoas honestas se preocupam em preservar a idoneidade, o oposto
de cidadão não sabe mais de onde tirar tamanha “criatividade” para driblar
as leis, burlar regras e tirar proveito a qualquer custo das situações, como
se vivêssemos numa “selva” onde as leis existissem apenas em prol do “mais
forte”, esquecendo que a “Lei de Deus” tudo vê, tudo pode e mais, a mentira
tem perna curta. Ou ainda, chega um momento em que a “casa cai”, “as
máscaras também” e, aquele que não acata as regras em algum momento talvez,
quem sabe, será punido. Enquanto isso teremos o dissabor de escolher o
cardápio das inúmeras “pizzas” a que somos submetidos dia-a-dia em todos os
segmentos do país.
Fraudar um concurso desse nível deve ter pena “muito” severa, afinal, quanto
dinheiro dos nossos bolsos, agora, vai parar no lixo? Alguém já sabe o
montante gasto dos cofres públicos para o evento? Não sei se sinto
indignação, revolta ou asco de tais responsáveis por esse caos, mas o certo
é que a população deve se manifestar de alguma forma.
Gleid Moreira
Jornalista em Cuiabá, atualmente assessora de imprensa do deputado Airton
Português (PP)