Doe aqui:https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-os-indigenas-das-aldeias-sao-paulo-sao-felipe-e-pyulaga
O Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Ecoss) e o Museu de História Natural de Mato Grosso possuem uma grande relação de amizade e parceria com os povos indígenas, tendo realizado nos últimos dez anos nove Encontros Indígenas, um evento anual do Museu que tem visibilidade nacional e reúne diversas etnias indígenas de Mato Grosso. Por conta dessa parceria, os líderes das aldeias São Paulo e São Felipe, da reserva Parabubure (Xavante), e a aldeia Pyulaga (Waurá), do Xingu, entraram em contato com o Instituto Ecoss para informar a difícil situação em que se encontram devido à falta de alimentos causada pela crise sanitária da COVID-19. As mensagens recebidas pelo instituto clamaram por ajuda para conseguir alimentação para as mais de 100 famílias que moram nessas três aldeias.
Diante dessa difícil situação, o instituto Ecoss, que tem como parte de sua missão a manutenção das culturas das populações tradicionais e indígenas, se mobilizou para arrecadar os alimentos necessários e enviá-los o mais rápido possível para as aldeias.
Com esse intuito foi criada uma vaquinha on-line, onde o valor arrecadado será revertido na compra de alimentos e no transporte destes até as famílias. Quem quiser contribuir pode acessar a vaquinha no link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-os-indigenas-das-aldeias-sao-paulo-sao-felipe-e-pyulaga. Além da vaquinha, o Museu de História Natural de Mato Grosso se disponibiliza para receber a doação de alimentos não perecíveis, que poderão ser entregues na Av. Manoel José de Arruda, 2000, em Cuiabá.
Os principais itens a serem doados são:
Arroz
Feijão
Polvilho Doce
Leite em pó
Sabão em barra
Sabonete
Amercio Öwedewawe, da aldeia São Paulo, faz um apelo por ajuda relatando que o que está acontecendo nas aldeias é uma tragédia, que não estão recebendo ajuda e que precisam de alimentação, pois as crianças estão desnutridas.
O Instituto Ecoss também recebeu um vídeo da família do cacique Yapatsiyamã, com lideranças femininas e masculinas da Aldeia Pyulaga, solicitando que envie polvilho, cesta básica e itens de higiene, pois há muitos indígenas passando necessidade. A situação se agravou com o avanço da Covid-19 e o medo dos indígenas de saírem para as cidades para venderem seus artesanatos e para comprarem gasolina e diesel para conseguirem ir até onde estão suas plantações de mandioca e outros alimentos, que estão a mais de 12km de distância, devido a aldeia já estar há muitos tempo na região e as áreas próximas não serem mais férteis. Como as plantações ficam longe, quando os índios conseguem chegar até elas, os porcos do mato já destruíram o que estava plantado, deixando a aldeia sem o seu principal alimento: o polvilho, feito da mandioca.
As doações serão de extrema ajuda e contribuirão para que essas famílias tenham condições básicas para passar por esse momento de adversidade.
O Instituto ECOSS entrou em contato com a Funai para maiores esclarecimentos que respondeu em nota:
“A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa que tem prestado, no âmbito de suas competências, todo o apoio aos indígenas do estado do Mato Grosso (MT) no enfrentamento da covid-19.
Desde o início da pandemia, a Funai já entregou mais de 32 mil cestas básicas a comunidades indígenas do estado e cerca de 2 mil kits de higiene e limpeza. A medida garante a segurança alimentar desses povos, além de contribuir para que eles evitem deslocamentos, minimizando, assim, o risco de contágio.
Por fim, a Funai esclarece que as autorizações para ingresso em Terras Indígenas estão suspensas desde o dia 17 de março de 2020, com exceção dos serviços essenciais, conforme a Portaria nº 419/PRES 2020. “
Mesmo com o apoio da Funai, os itens entregues não estão sendo suficientes para a subsistência dos indígenas, que buscam doações de alimentos para passar por este momento difícil.