O delegado Luiz Fernando da Costa, da Delegacia Municipal de Várzea Grande, indiciou a dona de casa Kátia Hiroco Quadros, de 33 anos, por dupla tentativa de homicídio e incêndio. Ela é acusada de atear fogo na própria casa, depois de fechá-la e tentar matar carbonizados a filha de 7 anos e o enteado de um ano. O duplo crime ocorreu na tarde do dia 1o de setembro no residencial Alice Gonçalves de Campos, em Várzea Grande.
Os três foram salvos por um pedreiro que executava obras numa casa vizinha, e ao perceber a fumaça tomou a decisão de arrombar a janela e retirá-los da casa em chamas. Os três sobreviveram, sofrendo queimaduras de primeiro grau. A garota teve queimaduras nos dois braços, ficando internada por vários dias no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Pronto Socorro de Cuiabá (PSC).
De acordo com as investigações, Kátia havia planejado queimar os filhos vivos e, em seguida, se matar. Na parte da manhã, ela havia comprado 24 litros de álcool em três mercadinhos do bairro. Num deles, ela pagou a compra com cartão de débito.
Um dos frascos derreteu-se com o fogo, mas os demais, foram localizados na casa pelos peritos, que confirmaram o uso do combustível para atear fogo na casa. Ao contrário dos outros dias, naquele, a dona de casa não deixou que os filhos fossem estudar, e exigiu que ficassem em casa, detalhe que aumentou as suspeitas da polícia sobre as intenções de Kátia. Após o almoço, estranhamente colocou os filhos para dormir, o que não era habitual, confirmaram depoimento dos filhos.
Um dia antes, ela havia presenteado uma amiga com uma sacola de roupas e a cama da filha. Naquela noite, a garota havia dormido no chão. A filha, no entanto, não entendia o que estava ocorrendo. Na Delegacia Metropolitana, ela alegou que a mãe tapou sua boca para que “não respirasse a fumaça”.
No interrogatório policial Kátia negou ao delegado ter comprado álcool e ateado fogo na casa. Ela disse que dormiu e acordou com o fogo, quando saiu correndo ao sentir as queimaduras. No entendimento do delegado, a dona de casa precisa ser submetida a tratamento psiquiátrico.
Depois do incidente, o marido de Kátia se separou dela e levou o filho com ele. A filha está com uma parente. A dona de casa, por sua vez, se mudou de bairro. “A Kátia, por ordem judicial, está proibida de se aproximar dos filhos”, informou o delegado.
Caso seja denunciada (indiciada formalmente) pelo Ministério Público Estadual (MPE), ela será julgada pelo Tribunal do Júri da Comarca de Vãrzea Grande.
DC