Consumidores, industriais e comerciantes iniciaram o ano com a confiança em alta. Pesquisas de entidades e institutos sugerem que o cenário é outro, na comparação com o começo de 2016. Os brasileiros estão mais otimistas não apenas com a economia, mas com a própria empresa e com o mercado de trabalho.
Os primeiros efeitos das reformas econômicas propostas pelo governo, a queda dos juros e a perspectiva de uma inflação cada vez menor injetou novo ânimo no consumo. Projeções do mercado financeiro corroboram essas pesquisas de confiança, mostram que o País volta a crescer este ano e que essa expansão se intensifica a partir de 2018.
Pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que o indicador que mede esse otimismo entre os consumidores cresceu 6,2 pontos de dezembro para janeiro ao alcançar os 79,3 pontos. Semelhante a um termômetro, quanto maior a pontuação nesse índice, maior é a confiança.
A alta da confiança em janeiro está relacionada às expectativas de melhora do ambiente econômico com a queda na inflação e a aceleração do movimento de redução das taxas de juros, explicou Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Na comparação dos resultados por faixa de renda, houve aumento da confiança em todos os níveis. O grupo de renda familiar mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 foi o que mais contribuiu para o avanço do indicador, apresentou alta de 11,3 pontos e chegou ao maior nível desde janeiro de 2015 (83 pontos).
Varejo em alta
Diante de consumidores mais otimistas, o varejo começa a se preparar para uma retomada das vendas em 2017. Em janeiro, a confiança do setor cresceu 18,4% frente a igual mês do ano passado. Essa foi a sétima alta consecutiva do indicador. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Os três componentes do indicador, que ponderados chegam ao número final de confiança, também registraram altas expressivas na comparação com janeiro de 2016. O que mede as condições atuais do empresário saltou 45,2%, para 58,5 pontos.
Já o indicador de expectativas, que mostra o que o empresário espera do próprio futuro e para o País, cresceu 18,3% e alcançou os 142,8 pontos. O indicador que mede a perspectiva de realizar novos investimentos a frente registrou alta de 5,3% ao subir para os 85,8 pontos.
Indústria mais forte em 2017
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em levantamento recente, também observou que o seu setor não ficou isolado desse movimento de aumento do otimismo. Depois de passar um período turbulento em 2016, a expectativa é de crescimento da produção industrial.
Segundo a pesquisa da entidade que calcula o Índice de Confiança do Empresário Industrial, o otimismo avançou 37,3% na comparação entre janeiro e igual mês do ano passado. No termômetro que mede essa confiança, a marcação passou de 36,5 pontos para 50,1.
Todo esse movimento pode ser observado ainda por outros indicadores. O real, nos últimos 12 meses, se fortaleceu frente o dólar. A cotação da moeda saiu de R$ 4,0843 em 27 de janeiro do ano passado, para R$ 3,151 nesta sexta-feira (27) &ndash um queda de 22,85% no período.
O principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) também tem acompanhado a volta do otimismo. Apenas em janeiro, o Ibovespa subiu 9,72%. No último ano, a alta é de 71,06%.
Fontes: Portal Brasil, com informações da FGV, da CNC, da CNI, da BM&FBovespa e do mercado financeiro
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