O assassinato do vendedor Josemar Pereira Lima de Arruda, o “Indião”, de 32 anos, executado com nove tiros de pistola, poderá ajudar a Polícia a esclarecer a tentativa de chacina ocorrida em maio deste ano no bairro Bela Vista, em Cuiabá.
Na ocasião, morreram Eliabe dos Santos Cartaxo, de 35, e o servente de pedreiro Sidnei Honorato Ramos, de 18. O adolescente W.V., de 17, foi baleado na perna e Alan Carlos da Silva, de 18, foi atingido de raspão na testa.
Conforme declaração dos policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Indião seria o mandante de um crime envolvendo tráfico de drogas. Ele teria contratado dois rapazes para invadir uma casa no bairro Bela Vista e matarem Luciano Lúcio de Moraes, que estava na casa, junto com o pai, José Alves de Jesus. Os dois, no entanto, se esconderam na cozinha e saíram ilesos.
Pai e filho estariam invadindo a região de Indião e este não gostou e contratou um rapaz para matar Luciano. Os policiais descobriram que o pagamento pelo crime de pistolagem foi feito em droga.
Como os pistoleiros erraram o alvo, ele teria contratado outro homem para a empreitada, Adão Gomes Pereira, de 20. No mês seguinte, o novo contratado conseguiu executar Luciano com um tiro na cabeça, após os dois participarem de uma seção de uso de drogas.
Luciano estava ao lado do pai no momento em que foi assassinado. O pai disse que Adão ainda apontou a arma para sua cabeça, mas a arma falhou. Na ocasião, José Alves relatou que havia fugido do Bela Vista com medo de ser executado. Estava escondido no Centro Comunitário do Canjica e se preparava para mudar de cidade. “Nunca esperava que ele (Adão) iria atirar na gente”.
Adão confessou o assassinato, mas negou que tivesse um mandante por trás do crime. Explicou que teve uma discussão com a vítima e a executou no momento em que usava cocaína. Testemunhas do crime, no entanto, insistem que o rapaz recebeu dinheiro para praticar o assassinato.
A delegada Anaíde Barros, que investiga a tentativa de chacina, informou que um dos pistoleiros foi identificado, mas está foragido. Com o assassinato de Indião, ela acredita que ele poderá se apresentar.
“Não só ele (o pistoleiro), mas outras testemunhas poderão falar o que sabem. Até então, temiam represálias por parte dele (Indião)”, lembrou a delegada. O pistoleiro, cujo nome a delegada não forneceu, estaria escondido em Cuiabá.
DC