domingo, 22/12/2024
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Impasse agrário em Mato Grosso força mobilização

Devido aos impasses agrários em Mato Grosso entre áreas produtivas e áreas indígenas semelhantes aos existentes em Roraima (com o episódio da reserva Raposa/Serra do Sol entre indígenas e arrozeiros), a Federação da Agricultura, Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) com os sindicatos rurais, setor produtivo e sociedade mato-grossense realizarão no dia 26 de setembro uma mobilização histórica por meio de marcha participativa rumo a Brasnorte, município a 579 Km a noroeste de Cuiabá.

“A intenção é mobilizar e alertar o produtor rural para esse grave problema em Mato Grosso, devido a essas novas áreas indígenas que estão pretendendo e as ampliações de áreas já consolidadas no estado. É importante que tanto o produtor, como a população mato-grossense, tenham consciência de que podemos ficar engessados em termos de possibilidades de produção”, diz o diretor-tesoureiro da Famato, Eduardo Alves Ferreira Neto, caso esse intento pela demarcação contínua em áreas indígenas, prevaleça nas deliberações jurídicas governamentais.

Eduardo argumenta que caso isso aconteça, o agronegócio de Mato Grosso ficará ainda mais prejudicado com a saída para viabilidade e escoamento produtivo restringida mais para o sul do estado. “Se vermos no mapa geográfico a pretensão do atual projeto de demarcação pela União, estaremos praticamente isolados do resto do país, portanto, uma situação gravíssima aos nossos produtores”.

26 DE SETEMBRO – Por isso ele explica que esse acontecimento da Marcha a Brasnorte, no dia 26 de setembro, com a concentração de todos os participantes no Parque de Exposições de Brasnorte, será relevante em termos de mobilização para que os produtores se conscientizem ainda mais do atual problema agrário existente no estado e possam estar preparados juntamente com o Sistema Famato e sindicatos rurais para se articularem, reunindo força para tentarem bloquear toda essa expansão de áreas indígenas que estão sendo pretendidas no estado.

“Essa é uma mobilização importante e necessária por envolver diretamente os produtores mato-grossenses responsáveis pela produção de alimentos para o país e para o mundo, um setor que sem dúvida nenhuma, não pode ficar enfraquecido ao seu direito de produzir, gerar emprego e renda e oferecer o sustento necessário e de fundamental importância para a população e para o próprio índio”, interpreta o presidente da Famato Rui Prado.

Conforme o presidente da Famato, todos esses impasses agrários pelo País, como a que temos acompanhado em Roraima e que também está muito próxima à realidade que os produtores de Mato Grosso enfrentam, tudo gira em torno da questão da soberania nacional. “Vale ressaltar que parte significativa dessas áreas indígenas com demarcações contínuas está em local estratégico ou de fronteira e apresentam grande potencial tanto na exploração de minerais como para a produção agrícola”.

Conforme destaca Rui Prado, a Marcha a Brasnorte será importante para explicar a sociedade que essas terras de impasse agrário constam em áreas que não podem ficar ociosas e que na prática precisam ser incorporadas ao patrimônio da União, no sentido de permitir tanto à exploração sustentável dos minerais existentes ali como a manutenção do direito à produção agrícola que inclusive é importante também.

Para o produtor e associado ao Sindicato Rural de Tangará da Serra, Rui Alberto Wolfart, a classe produtiva não pode aceitar mais a repetição dessas imposições por parte do governo federal que tem retirado competências fundamentais do ponto de vista político, jurídico e administrativo do Estado de Mato Grosso.

INGERÊNCIA DESCABIDA – “Não é por outra razão, que será feita a Marcha a Brasnorte, promovendo esse amplo movimento de mobilização entre produtores, líderes rurais e sociedade participativa mato-grossenses, contra essa ingerência descabida e inconstitucional pela Funai, via governo federal. Porque o Estado de Mato Grosso precisa se levantar e dar um basta nesse quadro de desmandos por parte desses órgãos, afinal é para isso que existe a definição de competências na Constituição Brasileira”, desabafa o representante do setor rural de Tangará da Serra.

No início de agosto deste ano por meio de uma portaria foi declarado o reconhecimento de posse para o grupo indígena Manoki, referente a uma área de 252 mil hectares localizada no município de Brasnorte e que em sua maioria é ocupada por terras agricultáveis prevalecendo à cultura da soja e a pecuária, e se nada for feito para reverter essa situação, o município além de perder áreas produtivas importantes para a economia local, também estará suscetível a impactos severos para toda a população ali existente que em sua maioria depende do agronegócio para a sua subsistência.

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Parmenas Alt
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