A Igreja Católica na Alemanha está lançando nesta terça-feira uma linha telefônica especial para vítimas de abuso sexual por parte de padres. A linha será administrada a partir da cidade de Trier, no oeste do país. Os telefonemas serão atendidos por psicólogos e assistentes sociais.
O bispo local, Stephan Ackermann, foi escolhido para lidar com qualquer alegação feita contra o clero. Na segunda-feira, Ackermann anunciou que 20 padres de sua diocese foram acusados de pedofilia desde a década de 50. Dez deles já morreram, mas os outros estão sendo investigados.
Ackermann disse que ficou perplexo com as revelações e encorajou as vítimas a fazer denúncias.
Centenas de pessoas no país vieram a público desde o início deste ano na Alemanha dizendo que sofreram abusos por parte de padres quando eram crianças, entre as décadas de 50 e 80.
O próprio papa Bento XVI foi alvo de acusações de não ter tomado providências em relação a um padre suspeito de cometer abusos quando era arcebispo de Munique. Joseph Ratzinger ocupou essa posição entre o final da década de 70 e o início dos anos 80.
Até agora o escândalo afetou dois terços das dioceses alemãs e o chefe da igreja católica da Alemanha pediu desculpas pelas acusações.
A correspondente da BBC na capital, Berlim, Oana Lungescu, disse que a Igreja está sofrendo grande pressão para romper o que seus críticos dizem ser “uma parede de silêncio”. Bento XVI prometeu lidar com as alegações rapidamente.
BBCBras/U.Seg