Foi a última sessão para as mulheres do Grupo Familiar Westside Contra o Vício em Pornografia, e a mais jovem participante, uma adolescente de 17 anos chamada Kelsie, não havia tido uma boa semana.
“Deslizei duas vezes”, ela disse, sob acenos de cabeça das outras mulheres do grupo. “Decidi que cada vez que me sentir tentada irei falar com Deus”, ela afirmou, “então irei orar pelos outros, fazer atos altruístas, para acabar com essa atitude egoísta.”
A líder do grupo, Crystal Renaud, ofereceu um conselho gentil. “Reze por si mesma também,” ela disse.
No amplo leque de programas oferecidos pelas megaigrejas evangélicas como a Westside, o grupo diz que o que Renaud prega é algo que deveria existir há muito tempo. As igrejas lidaram com o uso de pornografia entre os homens em suas congregações e clero, mas um grupo de mulheres que se dizem viciadas em pornografia é algo novo, ela explica.
“Na cultura cristã, as mulheres não são seres sexuais,” disse Renaud, que também coordena um website chamado Dirty Girls Ministries (Ministério de Moças Safadas, em tradução livre), nome escolhido para atrair pessoas em busca de pornografia online. “É uma injustiça que a igreja não seja mais aberta a respeito da sexualidade. Deus criou o sexo. Mas o inimigo desvirtuou sua função”.
O workshop Vitória Sobre a Pornografia, que Renaud começou em 2008, é um grupo pequeno. A cerimônia de formatura da semana passada, que marcou o fim de um curso de nove semanas, teve apenas três participantes.
Mas Renaud decidiu usar a criatividade e fazer uso das possibilidades da internet e de congregações cristãs. “Tantas coisas conseguem atenção viral”, ela disse. “Eu uso Facebook e Twitter para impulsionar o tráfego ao site. Com isso, as pessoas fazem o marketing por mim”.
Renaud adota tarefas semanais para controlar o vício, tiradas do livro “L. I. F. E. Guide for Women” (V.I.D.A. Guia para Mulheres), que enfatiza a oração, a companhia cristã e o uso de “parceiros de responsabilidade” para manter um elevado nível de abstinência.
Chanel Yeary, 19, disse que considerou fazer uso de um terapeuta secular mas que o tratamento seria caro demais. Além disso, ela disse, quando era mais nova a terapia teve pouco resultado.
“Com uma terapeuta você terá de pagar para ela estar ali,” ela disse. “Aqui, com a minha parceira cristã eu sei que ela vai estar aqui para mim.”
Por John Leland
New York Times /IG/U.Seg