sábado, 23/11/2024
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IGM-P: vilão do semestre

O índice de reajuste dos aluguéis no mês de julho será o maior do ano e as imobiliárias já prevêem dificuldades para negociar o novo aumento, que é anual e acompanha o Índice Geral de Preços por Atacado (IGP-M). Este mês, o reajuste previsto é de 13,09%, índice do IGP-M no acumulado dos últimos meses (período de julho de 2007 a junho deste ano).

O novo IGP-M divulgado na semana passada é o maior do ano, representando um acréscimo de 13,53% em relação ao índice anual com data base no mês de maio, que foi de 11,53% e valeu para a correção dos aluguéis de junho. Em abril, o índice foi de 9,80% para os aluguéis de maio e, em março, 9,09% (índice aplicado para os aluguéis de abril). No mês de fevereiro, o IGP-M foi de 8,66 e, em janeiro, 8,28%.

De acordo com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), o IGP-M é o índice oficial de reajuste aplicado nas locações pelas imobiliárias.

“Pelo contrato entre a imobiliária e o inquilino, estes reajustes deveriam ser automaticamente aplicados. Mas nem sempre é assim, pois muitas vezes o inquilino questiona o índice do aumento e pede para negociar com a administradora”, diz o presidente do Creci, Carlos Alberto Lúcio da Silva.

Segundo ele, a comunicação do reajuste é feita pela imobiliária toda vez que é divulgado o novo índice de IGP-M. “Quando o inquilino considera elevado o valor de reajuste, ele procura a imobiliária para propor um valor alternativo. Isto é muito comum, pois para a imobiliária é melhor fazer uma boa negociação do que perder um bom inquilino e ficar com o imóvel parado por alguns dias”, afirma Carlos Alberto.

Ele admite que em algumas ocasiões o valor do reajuste coloca o preço da locação acima do preço médio de mercado. “Vale lembrar que esta regra não é para todos, pois depende muito do perfil do inquilino, da situação do imóvel e da sua localização”.

Ele informou que o valor da locação em Cuiabá varia de acordo com o tipo de construção (imóvel) e, principalmente, da sua localização. Os localizados em áreas nobres da cidade, como Jardim Itália, Santa Rosa e Jardim das Américas, por exemplo, são os mais valorizados. No Jardim Itália, o preço médio do aluguel é de R$ 2 mil. A região central também é bastante valorizada, com o preço médio do aluguel residencial custando R$ 1,5 mil. No bairro Santa Rosa, o valor médio é de R$ 1,3 mil. Em bairros mais afastados, como o Parque Cuiabá e a Morada da Serra, os preços médios da locação são de R$ 350 e R$ 500, respectivamente.

MERCADO – Em Cuiabá, o Creci estima que são mais de 30 mil imóveis em locação, sendo que em torno 25 mil são administrados pelas imobiliárias.

Segundo ele, o mercado imobiliário – tanto para construção quanto para locação – está aquecido. “Acreditamos que a ocupação esteja acima de 95%”, estima Carlos Alberto, lembrando que muitas imobiliárias estão sem estoque de imóveis para locação.

O diretor de Habitação e Loteamento do Sindicato da Habitação do Estado de Mato Grosso (Secovi/MT), Rui Pinheiro, diz que a demanda é muito maior do que a oferta e que o déficit de moradia para locação em Cuiabá e Várzea Grande está em torno de três mil imóveis.

Para cada imóvel disponível, temos pelo menos 10 interessados em alugar. A maior procura, segundo ele, é do “segmento médio popular”, para apartamentos com aluguel custando R$ 500.

Segundo levantamento do Creci, o índice médio de inadimplência no setor de locação na Grande Cuiabá é de 10%.

fonte/dc

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Parmenas Alt
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