As vendas de combustíveis e lubrificantes caíram 0,5% em julho ante junho, mas cresceram 5,0% ante julho do ano passado e já acumulam, em 2007, um aumento de 5,4%. O técnico da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Reinaldo Pereira disse que a expansão ante igual mes do ano anterior – a sétima taxa positiva consecutiva nessa base de comparação – responde à queda de preços desses produtos e ao aumento do rendimento dos trabalhadores. Segundo ele, os preços dos combustíveis registraram, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), queda de 1,2% no acumulado de janeiro a julho de 2007.
No caso do grupo de tecidos, vestuário e calçados, que registrou queda de 3,4% nas vendas ante mês anterior, Pereira disse que o resultado negativo pode ser apenas uma acomodação diante da expansão de 7,6% apurada em maio ante abril, já revertida para uma queda de 0,3% em junho ante maio.
Na comparação com julho do ano passado, as vendas desse grupo aumentaram 10,4%, o que Pereira atribui, além do “quadro geral positivo” da economia, ao crescimento da demanda por roupas de inverno, já que a estação foi mais rigorosa este ano no Sul e Sudeste. No ano até julho, esse segmento acumulou alta nas vendas de 10,1%.
A melhora no nível de renda e a diversificação de produtos nos pontos de venda foram os motivos atribuídos pelo técnico do IBGE ao crescimento de 9,9% nas vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e cosméticos em julho deste ano, na comparação com igual mês do ano passado. Para essa atividade, não há dado comparativo a mês anterior. No ano, de janeiro a julho, o crescimento acumulado nas vendas é de 7,5%.
O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria, para o qual também não há dado comparativo a junho, registrou aumento de 9,7% nas vendas em julho ante julho de 2006, acumulando expansão de 6,7% no ano. Segundo Pereira, o desempenho desses produtos reflete a “melhoria das variáveis econômicas”.
As vendas de veículos, motos, partes e peças cresceram 22,8% em julho ante igual mês do ano passado e já acumulam alta de 22,9% em 2007. O técnico do IBGE disse que o bom desempenho desse segmento responde sobretudo à ampliação dos prazos de financiamento, mas também à melhoria da renda real.
Esse segmento faz parte do cálculo dos dados do varejo ampliado, que incluem veículos e, ainda, material de construção. Como é difícil separar o atacado do varejo nesses segmentos, eles não entram no cálculo do número oficial das vendas da pesquisa mensal de comércio, mas sim no cálculo ampliado. Em julho, enquanto as vendas do comércio varejista cresceram 9,2%, as vendas do varejo ampliado – que incluem todas atividades do comércio varejista, além de veículos e construção – aumentaram 13,3%.
O segmento de material de construção registrou aumento de 8,7% nas vendas em julho ante igual mês de 2006 refletindo, segundo Pereira, o aumento da renda e do crédito, além de incentivos governamentais.
OEst
