quinta-feira, 07/11/2024
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Honduras limita imprensa e suspende alguns direitos constitucionais

O governo interino de Honduras, liderado por Roberto Micheletti, decretou neste domingo (27) a suspensão de direitos constitucionais públicos, como a liberdade de circulação e expressão, de protestos, e autorizou a suspensão de grupos de mídia que, na visão do governo de fato, “provoquem distúrbios pelo país”. O anúncio foi feito através de uma cadeia nacional de rádio e TV.

Entenda a crise política em Honduras

Também neste domingo, o governo interino de Honduras anunciou que o Brasil poderá perder a Embaixada no país se em 10 dias não decidir o destino do presidente deposto, Manuel Zelaya, que está no prédio brasileiro sitiado desde segunda-feira (21).

Garantias constitucionais

De acordo com a agência de notícias Efe, que informa ter tido acesso ao documento oficial, o governo interino suspendeu por 45 dias as garantias constitucionais. A France Presse, porém, diz que as medidas teriam validade de 45 dias depois de aprovação legislativa.

O decreto autoriza o governo a fechar meios de comunicação e a dissolver reuniões não-autorizadas, e permite proibir protestos públicos.

O ministro do Interior de Honduras, Oscar Matute, afirmou que os veículos de imprensa que incitarem a violência podem sofrer as regulações do decreto. A estatal Hondutel irá vigiar os meios de comunicação.

Segundo o decreto, a polícia e as Forças Armadas estão autorizadas a fechar estações de rádio ou televisão “que não ajustarem sua programação às disposições atuais.”

O decreto estabelece que autoridades policiais ou militares podem deter pessoas que desobedeçam o toque de recolher ou que sejam apontadas como suspeitas de provocar distúrbios.

Embaixada ameaçada

O governo interino de Honduras anunciou que o Brasil poderá perder a Embaixada em Tegucigalpa, se em 10 dias não decidir o destino de Zelaya. O governo brasileiro deverá decidir se o presidente deposto ganhará asilo político no Brasil ou se irá entregá-lo às autoridades hondurenhas.

O governo hondurenho disse que não tem intenção de invadir a Embaixada para prender Zelaya.

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Cerco

O presidente deposto voltou na última segunda-feira a Tegucigalpa, refugiando-se na Embaixada brasileira. Desde então, a sede da diplomacia brasileira está cercada por militares. O Conselho de Segurança da ONU condenou o cerco.

Eleito em 2006, Zelaya foi deposto no dia 28 de junho por um golpe militar. Os militares argumentam que Zelaya queria incluir nas cláusulas das eleições, que ocorrem em novembro deste ano, a possibilidade de mudar a Constituição do país para poder se reeleger.

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O Itamaraty informou que ainda não foi notificado da ameaça do governo de Honduras de tirar o status diplomático do Brasil.

Ainda de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o ministro Celso Amorim já havia falado sobre o assunto na sexta-feira (25), durante discurso no Conselho de Segurança da ONU.

Do G1, com agências internacionais

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Parmenas Alt
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