Pouco antes da declaração da candidata, o deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP) afirmou, no mesmo encontro, que o partido ainda não decidiu se aceitará doações de pessoas jurídicas. Por enquanto, os candidatos do partido se apóiam em doações de pessoas físicas e na participação da militância, segundo o deputado. Ambos participaram do 7º Encontro Latino Americano de Líderes Lojistas, que reuniu cerca de 400 micro e pequenos empresários. Todos os candidatos à Presidência foram convidados a participar do evento, mas apenas Heloísa Helena compareceu.
O custo total da campanha da senadora à Presidência foi declarado em R$ 5 milhões. Os candidatos a senador, deputado federal e deputado estadual do PSOL declararam ao Tribunal Superior Eleitoral que deverão gastar, cada um, entre R$ 200 mil e R$ 300 mil.
Em seu discurso a empresários, com a voz rouca após quatro dias de campanha pelo Nordeste, a senadora repetiu as críticas à política econômica do governo, como taxas de juros e carga tributária, à corrupção e ao projeto Bolsa-Família, mas perdeu a oportunidade de falar sobre o programa de seu partido, que inclui redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução dos salários; reposição salarial mensal; aumento real dos salários; reforma agrária; estatização das empresas privatizadas; expropriação de grupos monopolistas capitalistas; e confisco de bens de sonegadores. Falando diretamente aos pequenos empresários, a senadora provocou aplausos quando prometeu reduzir a carga tributária nas empresas.
A senadora reiterou que não vai abolir o Bolsa-Família, mas que pretende reformular o programa. “Do jeito que está, é um programa eleitoreiro, oportunista e que condena quem o recebe à pobreza”, disse. Ao final do evento, Heloísa Helena recebeu uma bênção de um grupo de empresários da Conferência Brasileira de Pastores e Igrejas Evangélicas.