A Justiça do Haiti decidiu libertar a missionária americana Charisa Coulter, que estava detida no país sob acusação de sequestro de crianças. No episódio, ocorrido após o terremoto que matou mais de 200 mil em 12 de janeiro, um grupo de americanos foi detido após tentar tirar 33 crianças haitianas do país sem autorização.
Na ocasião, autoridades haitianas detiveram dez americanos em conexão com o caso, mas oito deles já haviam sido soltos. Coulter obteve hoje permissão para retornar para os Estados Unidos.
O grupo de americanos –cinco homens e cinco mulheres– integra a organização de caridade New Life Children”s Refuge, ligada à Igreja Batista. Eles foram detidos em 29 de janeiro, quando tentavam atravessar a fronteira entre o Haiti e a República Dominicana em um ônibus, com 33 crianças haitianas com idades entre dois meses e 12 anos, sem documentos.
Todos alegaram ser inocentes, e a Justiça já liberou nove deles por falta de provas.
Laura Silsby, apontada como a líder do grupo, continua detida. Ela está sendo investigada por uma nova acusação, sob a qual pretendia retirar mais haitianos do país de forma ilegal.
O caso ameaçou provocar atritos entre os governos dos Estados Unidos e do Haiti, mas Claudy Gassant, secretário de Estado do Haiti para Assuntos Penais, disse que Washington “permitiu que o Judiciário haitiano mantivesse seu trâmite”.
Dois dias depois da prisão, Silsby, afirmou que as crianças eram órfãs e que seriam levadas para um hotel da área de Cabarete, na costa da República Dominicana.
O hotel, de 45 quartos, seria, posteriormente, transformado em um orfanato, ainda conforme a missionária. “Nós só queríamos ajudar as crianças. Nós pedimos ao tribunal não só a nossa libertação mas também que possamos continuar ajudando”, disse ela na ocasião.
No entanto, após a prisão dos americanos, as autoridades haitianas descobriram que várias das crianças –ao menos 20 delas– tinham pais vivos e sabiam até os telefones deles.
F.Online