Hackers de todo o mundo se organizaram nesta quarta-feira (8) para atacar sites de empresas que se recusam a processar doações feitas ao site WikiLeaks, famoso por publicar documentos e informações secretas de governos e empresas.
A chamada “operação revanche” é a resposta dos ativistas virtuais à prisão do fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, que está detido no Reino Unido a pedido da polícia da Suécia, que quer interrogá-lo em um caso de suposto crime sexual.
A avalanche de ataques derrubou os sites das operadoras de cartão de crédito Mastercard e Visa, bem como do sistema de pagamentos eletrônicos PayPal. Os hackers também conseguiram tirar do ar a página do banco suíço PostFinance, que encerrou a conta de Assange.
Depois que o site criado pelo australiano começou a pedir doações online para continuar suas atividades, as operadoras Mastercard e Visa anunciaram a suspensão dos pagamentos feitos ao WikiLeaks.
O último grande vazamento do WikiLeaks, que ainda está em curso, diz respeito a 250 mil correspondências confidenciais de embaixadas americanas no mundo todo. Os telegramas fornecem detalhes constrangedores dos bastidores das relações diplomáticas.
Redes sociais suspendem hackers
Após a onda de ataques dos hackers, o serviço de microblogs Twitter decidiu retirar a página do grupo do ar nesta quarta-feira. Anteriormente, o site de relacionamentos Facebook também tinha banido os ativistas, que se apresentam como Anon_Operation.
Segundo o blog americano The Huffington Post, a conta no Twitter @Anon_Operation foi suspensa minutos depois que eles publicaram um link sugerindo que vazariam números de cartões de crédito de clientes das operadoras.
Agora, ao tentar acessar a conta do Twitter, uma mensagem de erro aparece na tela dizendo: “Desculpe, o perfil que você está tentando acessar foi suspenso”. O perfil tinha mais de 20 mil seguidores.
Os sites das operadoras de cartão de crédito permaneceram fora do ar pelo menos até as 22h desta quarta-feira. Em comunicado mais cedo, a Mastercard afirmou que estava “experimentando um intenso tráfego em seu site corporativo” e disse que trabalhava para “restaurar a velocidade normal do serviço”. O ataque não causou problemas os usuários de cartões, segundo a empresa.
Já um porta voz do PostFinance, braço bancário do correio suíço, confirmou que seu site vinha sofrendo “ataques de negação de serviço” desde que o banco encerrou a conta de Assange, na última segunda-feira.