quinta-feira, 21/11/2024
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 Há 22 anos, enfermeira se dedica à missão de facilitar o acesso à saúde preventiva em Cuiabá

Facilitar o acesso à saúde preventiva para as pessoas que mais precisam e não sabem onde buscar atendimento tem sido o foco de trabalho da enfermeira Cleide Conceição da Silva

Em campo coletando dados para o mapeamento territorial que definirá as microáreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde, a enfermeira Cleide Conceição da Silva,  dedica boa parte do seu trabalho. E foi nessa maratona diária que ela se encontrou fazendo o que mais gosta, que é levar informações e facilitar o acesso à saúde preventiva para pessoas que se encontram desassistidas porque não sabem onde ou como procurar atendimento. Cleide está há 22 anos atuando na área da saúde, impulsionada por uma grande amiga e também enfermeira Miriam Pinheiro, que perdeu a vida pela Covid 19, em março de 2021, prova de que o legado foi deixado.

Quando convidada à época, pela secretária adjunta de Atenção Primária da Secretaria de Saúde de Cuiabá, Mirian Pinheiro para fazer o mapeamento, a enfermeira viu a possibilidade de melhorar a condição de vida de muitas pessoas. “Quando ninguém queria enfrentar esse sol forte e poeira de Cuiabá, a Miriam me convidou, e eu, juntamente com a Sueney Borges Infantino, encarei o desafio. O mapeamento vai dar novos rumos para a saúde no município, porque o objetivo é delimitar a área de abrangência da Unidade de Saúde para que nenhum morador fique descoberto. Eles serão assistidos pela unidade, com um agente de saúde visitando as moradias, conhecendo as necessidades e encaminhando se for necessário. Isso fortalece os vínculos e os gestores também terão o mapa das especificidades para ser atendidas. Não tenho dúvidas que será um marco para implantação de melhorias”, frisou Cleide.

De passo em passo a enfermeira, especializada em Gestão da Saúde, vai percorrendo as ruas dos bairros de Cuiabá, na esperança de proporcionar uma vida melhor para a população.

“Tenho serviços prestados no setor privado e nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, com atendimentos de pacientes em situações difíceis com tuberculose, hanseníase. Vivenciei situações gritantes em setores de urgência e emergência. Mas o que mais me preocupa e tem me motivado na saúde ao longo desses anos é a necessidade de informação que as pessoas têm. Muitas não sabem por onde começar, não sabem onde e nem como fazer para buscar uma unidade de atendimento. A maior dificuldade é a pobreza, o social da pessoa. Aí a gente se pergunta, como falar de saúde quando quase metade do problema é a fome?. Falar em comer mais frutas, se elas não têm o básico. Essa condição social pesa muito para mim, para os profissionais que estão no atendimento básico”, revelou a profissional.

Cleide sabe bem o que é enfrentar dificuldade, e por isso, se dedica em ser útil ao próximo. De família cuiabana, e tendo a mãe como aliada e incentivadora, conseguiu reverter sua realidade e criar os filhos, hoje com 14 e 12 anos, Ana Julia e Carlos Eduardo, respectivamente.

“Há 5 anos perdi minha mãe, e meu chão parece ter ido junto. Ela me ajudou muito, foi meu alicerce, meu incentivo. Justamente quando estou colhendo os frutos, agora com uma condição melhor não a tenho mais. Também não tenho a companheira Miriam, minha inspiração para a enfermagem, que acreditou e me incentivou na trajetória da saúde. E assim, a vida nos presenteia com flores, e entre elas, os espinhos, mas nosso papel é continuar o plantio. Nosso diferencial está em contribuir para que as boas ações cheguem ao maior número de cidadãos, e que assim, eu possa ser sempre um instrumento de ajuda”, resumiu.

Como profissional Cleide está sempre pronta a contribuir, ajudar, o outro. Trabalhar no pronto atendimento, levar orientações e ministrar palestrassão tarefas que ela “tira de letra”, como diriam as pessoas mais vividas. Nos momentos de descanso, seu prazer é curtir a natureza, passeios curtos e ouvir música, além de se dedicar aos filhos. 

Quando perguntada sobre o segredo da profissão, em meio a tantos desafios da área da saúde, a enfermeira declarou sua paixão. “Fazer com amor. Sou apaixonada pelo que faço. Estar onde estou atuando com as pessoas e apontando um horizonte, um ponto de esperança para as suas necessidades é uma oportunidade de fazer algo pelo outro. E assim vamos evoluindo”.

Vale ressaltar que o trabalho do mapeamento é atribuição da equipe e que o enfermeiro é o  responsável por treinar e acompanhar os Agentes Comunitário de Saúde (ACS) em campo para posterior tomada de decisão sobre o território delimitando área de abrangência e suas respectivas microáreas.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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