Intensos confrontos entre o grupo rebelde Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE), e as forças de segurança do Sri Lanka forçaram ao menos 204 mil pessoas a deixarem seus lares, segundo declaração de agência da ONU nesta sexta-feira.
Em uma semana o número subiu de aproximadamente 182 mil para 204 mil, e continua aumentando, segundo Jeff Taft-Dick, diretor do Programa Alimentar Mundial, em declaração aos repórteres na cidade de Colombo. Jeff citou os números mais atuais da agência da ONU para refugiados.
Agências das Nações Unidas criaram juntas um plano de contingência de emergência que prevê que outras 200 mil pessoas irão fugir do conflito até o final do ano, afirmou Jeff Taft-Dick.
Pequenos confrontos entre os rebeldes e as forças do governo começaram a se intensificar desde dezembro, mas em junho os militares lançaram sua primeira ofensiva terrestre desde o cessar-fogo de 2002, colocando o país novamente em guerra.
Grande parte dos confrontos se deram em torno do porto de Trincomalee e da Península de Jaffna, na região oeste do país. A minoria étnica Tamil, composta por 3,2 milhões de pessoas, considera a região seu centro cultural, mas ela é controlada pelo governo do Sri Lanka.
Taft-Dick disse que ainda há muitas áreas controladas pelos rebeldes Tigres Tameis, e isoladas pelo governo. Essas regiões estariam impossibilitadas de receber a ajuda das agências internacionais. “Ainda não sabemos quantos refugiados internos existem realmente”, afirmou.
Desde 11 de agosto o governo restringiu o acesso a Vanni, uma ampla região ao norte do território dos tigres, onde aproximadamente 37 mil pessoas vivem em abrigos temporários após fugir das lutas na península de Jaffna.
Taft-Dick disse que a questão alimentar em Vanni está “crítica”, e que as agências não conseguem levar ajuda por causa dos bloqueios militares nas estradas.