Vítimas eram seguidoras do influente clérigo xiita Moqtada Sadr, que anunciou nesta semana a ‘aposentadoria definitiva’ da política
Os confrontos entre grupos rivais iraquianos foram retomados nesta terça-feira, 30, em Bagdá, onde 23 seguidores do clérigo xiita Moqtada Sadr foram mortos a tiros desde segunda-feira, 29, de acordo com o balanço atualizado por fontes médicas. Ao menos 380 pessoas ficaram feridas na violência registrada na Zona Verde da capital iraquiana, um perímetro de alta segurança que abriga ministérios e embaixadas. Durante esta madrugada os confrontos foram retomados entre os seguidores de Sadr e o exército, além de combatentes do grupo Hashed al Shabi (Unidades de Mobilização Popular, PMU), ex-movimento paramilitar pró-Irã agora integrados às tropas oficiais. Os tiros de armas automáticas e os lançamentos de foguetes procedentes da Zona Verde eram ouvidos em toda a cidade. O governo iraquiano anunciou que o toque de recolher em vigor desde a noite da segunda em todo o Iraque está mantido para esta terça. Escolas, prédios públicos e estabelecimentos comerciais permanecem fechados. Apenas alguns veículos circulavam pelas ruas de Bagdá, onde o exército e a polícia foram mobilizados para garantir o respeito ao toque de recolher.
A Zona Verde virou um cenário de caos na segunda, depois que o influente clérigo Moqtada Sadr anunciou a “aposentadoria definitiva” da política. Milhares de seguidores do religioso correram para a Zona Verde e invadiram o Palácio da República, onde acontecem as reuniões do conselho de ministros. As forças de segurança dispersaram a multidão com violência e gás lacrimogêneo. Durante a tarde foram ouvidos os primeiros disparos. Depois, os seguidores de Sadr trocaram tiros com o exército e os integrantes do Hashed al Shabi. O Iraque enfrenta uma crise política desde as eleições legislativas de outubro de 2021. As forças políticas xiitas, em particular a de Moqtada Sadr, não alcançam um acordo para a designação de um novo primeiro-ministro e um novo governo.
*Com informações da AFP