As organizações de homossexuais consultadas pela reportagem mostraram-se chocadas com o conteúdo da sentença do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho em relação ao caso Richarlyson.
A Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads), órgão ligado à Prefeitura de São Paulo, pretende denunciar o juiz à Secretaria de Justiça e Defesa de Cidadania do Estado São Paulo.
Para isso, usará como base a lei estadual 10.948, que pune manifestação discriminatória contra cidadão homossexual.
“O juiz afrontou a dignidade dos homossexuais. O que está escrito nesta sentença constitui um retrocesso do poder judiciário”, comentou Dimitri Sales, assessor jurídico do Cads.
O Grupo Gay da Bahia também pretende tomar providências jurídicas.
A entidade é citada no despacho do juiz: “O que não se pode entender é que a Associação de Gays da Bahia (…) teime em projetar para o gramado atletas homossexuais”.
“Não há nenhuma incompatibilidade do esporte com a homossexualidade. A sentença estimula a segregação”, disse Marcelo Cerqueira, presidente da associação baiana.
Nelson Matias, da Associação da Parada do Orgulho GLBT, lamentou a atitude do juiz. “Ele poderia até ter negado a queixa, mas escreveu um monte de bobagem.”