Um grupo de trabalho unificado por técnicos do governo do Estado, prefeituras de Cuiabá, de Várzea Grande e consultorias Já iniciaram a formatação de projetos do Plano de Mobilidade Urbana da região metropolitana de Cuiabá para a Copa Fifa Brasil 2014.
Os projetos serão para captar recursos de R$ 650 milhões do Ministério das Cidades e serão subsídios importantes para a tomada de decisão de outras obras a executar em Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo.
Uma das prioridades dos projetos é dar condições para melhorar o transporte coletivo entre as duas cidades, segundo informa o secretário de Planejamento e Coordenação Geral do governo de Mato Grosso, Yênes Magalhães. Ele diz que a meta é atuar, por exemplo, na ampliação viária das faixas das avenidas da FEB, em Várzea Grande, e no trecho da Fernando Corrêa, em Cuiabá, do entroncamento da avenida Beira Rio ao trevo para o município de Santo Antonio de Leverger.
Em ambos os trechos, as duas avenidas troncos da área metropolitana precisam ter faixa adicional para poder ser implantado o modelo de transporte denominado como BRT, do inglês Bus Rapid Transit, ou faixas rápidas e exclusivas para ônibus. O modelo já foi definido entre o governador Blairo Maggi e os prefeitos Wilson Santos (Cuiabá) e Murilo Domingos (Várzea Grande).
Em torno de 15 pessoas, entre eles técnicos da consultoria Deloitte, o secretário Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos de Cuiabá, Edivá Alves; a presidente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (IPDU) de Cuiabá, Adriana Santos; e o superintendente de Trânsito e Transportes Urbanos de Várzea Grande, Fernando da Silva Sé, reuniram-se na Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan) com os analistas do ministério para receber orientações sobre a melhor forma para conduzir os projetos.
“Em todos os convênios de programas, técnicos do ministério perguntam se o projeto faz parte da região metropolitana. Por isso é bom vocês terem a região metropolitana com 11 municípios. Isso é Rio de Janeiro”, explica a analista de infraestrutura, Maria Goretti Torres de Carvalho Barbosa. “E pergunta se para o projeto existe Plano Diretor e de Desenvolvimento Urbano; é pré-requisito”, lança outro critério observado para aprovação dos projetos pelo ministério.
Como todos os gestores do governo do Estado que acompanham o desenrolar dos projetos para a Copa, Maria Goretti, também frisou que a Copa Fifa Brasil 2014 é porta de entrada, um chamariz para vender a imagem da cidade e aproveitar para a fixação do potencial turístico das cidades de Cuiabá e seu entorno, como Várzea Grande, Chapadas dos Guimarães, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger, Nossa Senhora do Livramento e outras.”O ideal é fornecer serviço de transporte, terminal de ônibus, estrada, aeroporto para chegar à cidade e o turista saber circular com facilidade”, diz. São medidas gerais, aponta, para que as pessoas se sintam segura e confortáveis para ter boa impressão do local.
A consultoria Deloitte vai auxilliar, segundo o consultor Mauro Salerno, o governo estadual e as prefeituras a se adequarem para atender os requisitos exigidos para a Fifa na elaboração e execução das obras. Ele afirma que a mobilidade urbana é um dos 26 grandes projetos que Cuiabá deve ter para viabilizar a Copa de 2014.
A Deloitte é uma empresa de consultoria e auditoria que atua em 155 países com cerca de 150 mil funcionários, sendo 3.500 no Brasil. A empresa atuou em consultoria para a Fifa nas Copas da Inglaterra, Alemanha e presta serviço de gestão junto com o Comitê Local da Fifa na Copa da África do Sul de 2010 e foi contratada pelos governos estaduais para projetos de consultoria das cidades-sedes de Cuiabá e Manaus (AM).
PROJETOS
O secretário de Planejamento, Yênes Magalhães, tambêm descreveu ainda os projetos de viadutos como importantes para a cidades agilizar o tráfego de veículos pessoais e coletivos nos dois municípios conurbados. Nos próximos dias, afirma, o governador Blairo Maggi deve reunir-se com os prefeitos da região metropolitana de Cuiabá para definir o sentido de elaboração de projetos conjuntos pelas prefeituras, com visão de longo prazo que a Copa deve deixar como legado para a região de cerca de 900 milhões de habitantes.
Yênes apontou que embora não haja verba definida, a Prefeitura de Cuiabá e o governo do Estado já têm planejado que a cidade precisa ter quatro novos viadutos para facilitar a circulação viária: três na avenida Miguel Sutil, no trevo do bairro Santa Rosa, na altura da avenida dos Trabalhadores, no bairro Leblon e Pedregal, e na avenida Gonçalo Antunes Neto (antiga Jurumirim); e o quarto no entroncamento da avenida Fernando Corrêa com a avenida Beira Rio, na região do Coxipó.
O secretário Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos de Cuiabá informou que as mudanças vão requerer 33,3 Km de corredores exclusivos para ônibus, com necessidade de investimento total de cerca de R$ 330 milhões. Atualmente, diz, a prefeitura já trabalha na pavimentação asfáltica de linhas de ônibus na periferia da cidade, também dentro do planejamento para a Copa 2014.
O secretário apresentou ao grupo que considerados os terminais urbanos em Cuiabá, os usuários de coletivos somam 55 mil passageiros e que as adequações e intervenções em 72 pontos do setor tendem a diminuir em 30% os ônibus em circulação, o que deve reduzir a pressão sobre o tráfego e o valor da tarifa.
