Nos raros casos em que o H5N1 infecta humanos, a taxa de mortalidade chega a 50%. Por isso, a equipe de pesquisa alerta para a necessidade de um controle rigoroso da doença para evitar mutações que facilitem sua transmissão entre pessoas.
Essa mutação pode tornar os humanos o novo alvo da gripe aviária
- Para infectar um “alvo”, um vírus precisa encontrar uma parte das células hospedeiras com a qual consiga se conectar sem ser rejeitado.
- O H5N1, vírus da gripe, conseguiu encontrar esses receptores compatíveis, em termos científicos, em aves e outros animais.
- Ao investigar uma variação do vírus – o H5N1 2.3.4.4b – que já infectou humanos, os pesquisadores descobriram que basta uma mutação para que o vírus encontre os “conectores” certos no organismo humano.
- Chamada Q226L, essa mutação consiste em uma alteração de aminoácido em uma proteína-chave.
- Em outras palavras, essa mutação daria ao H5N1 algo como um “óculos” para enxergar o ponto em que poderia aterrissar com sucesso nas células humanas.
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Quais são os riscos caso o vírus passe a infectar mais humanos?
O vírus H5N1 já infectou pessoas após contato direto com animais contaminados. No entanto, se ele adquirir a capacidade de se fixar em células específicas das vias aéreas humanas, poderia se espalhar facilmente de pessoa para pessoa, como acontece com gripes comuns, por meio da fala ou de espirros. Ou seja, existe o risco da gripe aviária se tornar uma pandemia.
Segundo a equipe de pesquisa, essa descoberta é um alerta para a necessidade de monitorar de perto o H5N1 e suas mutações, pois o risco de transmissão entre humanos pode aumentar com mudanças genéticas. Apesar disso, os cientistas enfatizam que, por enquanto, o vírus ainda não desenvolveu essa capacidade.
- Mais estudos são necessários para entender como o H5N1 poderia se adaptar ao corpo humano e se tornar mais transmissível. O cientista Ian Wilson explicou ao portal do Instituto de Pesquisa Scripps:
“Continuar monitorando as mudanças genéticas à medida que elas acontecem nos dará uma vantagem na preparação para sinais de aumento da transmissibilidade. Esse tipo de pesquisa nos ajuda a entender quais mutações observar e como responder adequadamente”.
Fonte: Olhar Digital