Cerca de 12 milhões de cartas estão acumuladas no Brasil desde o início da greve. Só no Estado de São Paulo são aproximadamente 5 milhões de correspondências paradas, segundo informações da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
No entanto, a companhia afirma que o número é pequeno perto dos 32 milhões de objetos distribuidos todos os dias no País. Os representantes dos grevistas fazem reunião nesta segunda-feira com o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para negociar os rumos da greve. O encontro acontece no prédio da Central do Correios, em Brasília, e teve início às 13h.
A categoria não aceitou a proposta da diretoria dos Correios de abono de R$ 400 e inclusão dos pais dos funcionários no plano de saúde. A empresa dos Correios confirmou que, se depois da reunião, os trabalhadores optarem por continuar a greve a estatal vai levar a greve para ser julgada no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A ECT confirmou a contratação de 800 trabalhadores temporários para trabalhar em São Paulo e auxilar nos serviços operacionais e de entrega.
Contudo, segundo o diretor do Sindicato dos Correios de São Paulo Damião Próspero, a medida não surtirá efeito algum. “Os novos funcionários são leigos, não vão conseguir executar as tarefas. Eles precisariam de ao menos 15 dias de treinamento”.
Os funcionários dos Correios estão em greve desde a última quarta-feira (12). A categoria pede uma reposição salarial de 47,77%, um aumento líquido de R$ 200 no salário dos trabalhadores, adicional de periculosidade e melhores condições de trabalho.
Segundo o Sindicato dos Correios, cerca de 85% da área operacional está parada em todo o Brasil, além de diversas agências que estão fechadas.
No entanto, a ECT informou que apenas 20% do efetivo não está trabalhando, o que indica uma greve parcial e loclaizada. Segundo a empresa, 12 mil carteiros, 1 mil operadores de carga e 386 motoristas estão paralisados.
De acordo com a empresa, não houve alteração no número de grevistas desde o início da paralisação, na quarta-feira.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos do Distrito Federal, Moysés Leme Silva, afirmou que a proposta da ECT não supre as necessidades da categoria. “Na verdade a inclusão dos pais já existia. Eles tiraram o que a gente tinha e falaram que agora vão devolver. O que a gente quer é avançar nas causas econômicas”.
De acordo com a assessoria de Imprensa dos Correios, a empresa vai ajuizar hoje, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), uma ação de dissídio coletivo, que é a conciliação judicial para questões que não puderam ser solucionadas pela negociação direta entre as partes.
De acordo com Silva, os funcionários paralisados não suspenderão a greve por causa da ação judicial. “O Comando Nacional de Negociação orientou até a presente data, a continuidade da greve. A gente vai manter a greve até segunda ordem do comando”.
De acordo o representante do Comando de Negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), José Gonçalves, não há nenhuma nova reunião agendada entre a ECT e os comando de greve.
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