Cerca de 1.600 carretas carregadas de toras – foram comercializados a partir de informações falsas
Um esquema que funcionava por meio da inserção fraudulenta de créditos virtuais de madeira no Sistema de Controle de Produtos Florestais do Estado de Mato Grosso (Sisflora-MT) foi desmantelado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A investigação, realizada durante quatro meses, resultou na confirmação do envolvimento de 41 madeireiras em fraudes relacionadas ao controle da madeira no Estado e em Rondônia.
De 20 e 24 de março, agentes ambientais aplicaram embargos e R$ 21 milhões em multas às empresas responsáveis pelas irregularidades.
O trabalho faz parte da operação “Custódia” que dá continuidade às operações “Maravalha III e IV”, realizadas pelo Ibama em 2021 e 2022.
Segundo o Ibama, mais de 22 mil metros cúbicos, o equivalente a cerca de 1.600 carretas carregadas de toras, foram comercializados a partir de informações falsas prestadas aos órgãos ambientais.
As investigações apontaram que os infratores registravam informações falsas para acobertar transações com empresas responsáveis pela exploração ilegal de madeira em terras indígenas e unidades de conservação.
“Esse tipo de crime contamina a cadeia produtiva legal da madeira nativa, tanto no mercado nacional como no mercado internacional”, disse o chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama no Mato Grosso, Allan Valezi.
As autuações aplicadas serão encaminhadas ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT) para instauração de inquérito e responsabilização criminal dos envolvidos.
OPERAÇÕES – Conforme a assessoria de imprensa do Ibama, a operação Custódia dá continuidade às operações Maravalha III e IV, realizadas pelo Ibama em 2021 e 2022. Ambas investigaram fraudes na cadeia de produtos florestais e esquentamento de madeira ilegal por meio de Planos de Manejo Florestal irregulares autorizados em Mato Grosso.
Conforme as informações do órgão federal, as fraudes possibilitaram exploração madeireira e desmatamento ilegal em Rondônia e Pará.
“Nesse biênio, mais de meio milhão de metros cúbicos explorados ilegalmente na Amazônia, o equivalente a cerca de 13.700 carretas carregadas de toras, foram introduzidos na cadeia produtiva e comercializados como madeira legal”, informou.
No mesmo período, ainda segundo a assessoria, o projeto Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicou crescimento no desmatamento da Amazônia Legal.
A área desmatada no período de agosto de 2021 a julho de 2022 foi a maior dos últimos 15 anos, com 1.620 km² no Mato Grosso e 1.312 km² em Rondônia.
Com Diário de Cuiabá