O ex-governador Carlos Fávaro (PSD) afirmou que entrará na Justiça contra o ex-governador Pedro Taques (PSDB) e outros envolvidos no esquema de escutas telefônicas clandestinas, caso se confirme a declaração do coronel Evandro Lesco, de que houve uma ordem de interceptação para monitorar suas atividades políticas: “Isso é medíocre e hediondo. Mais um caso que denigre a imagem do Governo passado”, criticou Fávaro.
Lesco revelou a informação durante reinterrogatório sobre os grampos ilegais ao juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar.
Detalhou que recebeu ordens de Pedro Taques para grampear um servidor ligado a Fávaro que, conforme o depoimento, trabalhava no Observatório de Gestão da Secretária de Planejamento. Taques, segundo Lesco, queria saber quais tratativas o então vice-governador estaria fazendo dentro do Governo do Estado.
Para Fávaro, isso mostra que nunca houve uma intenção séria de Taques para governar Mato Grosso, mas sim “bisbilhotar a vida dos outros”. “Meu sentimento é de revolta. Se isso for confirmado tomarei as devidas medidas judiciais”, acrescentou.
Fávaro começou a se desentender com Taques sobre os rumos do governo a partir de 2017, no terceiro ano de gestão. O ápice da crise foi em abril de 2018, quando Fávaro rompeu de vez com o grupo político de Taques para concorrer ao Senado Federal.
“Sempre trabalhei no sentido de ser um aliado do Governo, para fazer uma boa gestão. Na época eu não conseguia entender certos desmandos que ocorriam na gestão, mas agora, com essas revelações, eu consigo ver mais claramente que o foco não era trabalhar visando os interesses de Mato Grosso. A preocupação era bisbilhotar”, reforçou Fávaro.
CONTEÚDO:RepórterMT