O governo federal faz os últimos ajustes para anunciar em breve os novos setores que devem ser beneficiados com a desoneração da folha de pagamento, medida usada para enfrentar a desaceleração da economia e aumentar a competitividade da indústria nacional.
Nas duas útimas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já confirmou que mais setores serão beneficiados.
"Falta definir o percentual da alíquota que será deslocado da folha de pagamento para o faturamento [das empresas] e saber o quanto será a parte que o governo poderá subsidiar", disse o ministro do Trabalho, Brizola Neto, ao participar, em São Paulo, de almoço em apoio à candidatura de Paulo Pereira da Silva (PDT) à Prefeitura de São Paulo.
Anunciado em abril, o primeiro pacote de estímulos da desoneração da folha de pagamento eliminou a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento em troca da cobrança de taxa de 1% a 2,5% sobre faturamento para 15 setores. A desoneração beneficia empresas de setores como têxtil, moveleiro, autopeças, bens de capital e plásticos.
"As medidas já anunciadas, como a redução de juros, a desoneração da folha e a redução do IPI para setores como linha branca e automotivo são medidas fortes, de impacto", disse o ministro. "Os setores desonerados, com exceção do setor automotivo, que ainda tem estoques elevados, já apresentaram forte reação. As medidas ajudaram a amenizar a queda na produção industrial".
O impacto no mercado de trabalho deve ocorrer em breve, segundo diz. "Assim que surgirem os resultados no setor automotivo, que tem peso maior na economia nacional, o mercado de trabalho deve reagir e teremos expansão na criação de emprego."
Em maio, o país registrou a criação de 139.679 vagas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Em relação ao mesmo mês de 2011, houve queda de 44,5% na quantidade de novas vagas abertas.
Sobre a demanda de vários setores, de prorrogar até o final do ano a redução do IPI, Brizola Neto disse que é preciso avaliar caso a caso. "A desoneração é um caminho que o governo tem apostado para buscar soluções de curto prazo para enfrentar a crise. É uma política que retira o custo da produção mas também tem foco no desenvolvimento sustentável do Brasil."
F.de SP
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO