domingo, 22/12/2024
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Governo pressiona, mas CUT resiste em mudar data de manifestação

A preocupação do Palácio do Planalto com a manifestação em defesa da Petrobras marcada para o dia 13 de março em São Paulo ainda não sensibilizou a cúpula da Central Única dos Trabalhadores, organizadora do protesto. A articulação política do governo teme que a manifestação da central sindical infle os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, que acontecerão no dia 15. "A CUT está mantendo dia 13, a princípio não há mudança. Não houve conversa porque a CUT tem autonomia. Não será o governo que vai dizer que dia a CUT vai fazer manifestação", disse o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos. O ato está marcado para a Avenida Paulista às 16h na próxima semana, uma sexta-feira. 



Fontes ligadas ao PT confirmaram que o governo está "muito preocupado" com a manifestação da CUT e que os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, defenderam a articulação com a central sindical. "O governo está com medo deste protesto, porque, se ele for pequeno, pode demonstrar falta de apoio ao governo até da CUT e, se for grande, a CUT pode perder o controle e a manifestação virar uma pancadaria contra o governo e contra os ajustes na economia", disse uma fonte próxima à cúpula petista. Tudo isso ao mesmo tempo em que a oposição prepara uma manifestação dois dias depois, para pedir o impeachment da presidente Dilma Roussef.



Ex-presidente da central e ex-líder do PT na Câmara, o deputado Vicentinho considera natural que o governo converse com a CUT, mas defende a autonomia dos sindicalistas. "A CUT tem autonomia, eu não posso dar palpite", disse o parlamentar. Questionado se participa das negociações para uma mudança dos atos, o deputado foi direto: "Se eu for chamado, estou sempre disposto a conversar".



Até o momento, as sinalizações que o Planalto tem recebido de lideranças da CUT têm sido de que a central não vai recuar nem adiar em relação ao protesto, o que aumenta o receio do governo de que a manifestação saia de controle e ajude a inflar os protestos de impeachment da presidente Dilma. Adi dos Santos negou que a manifestação tenha sido marcada para se contrapor aos atos marcados através das redes sociais para o dia 15. "Nossa manifestação é em defesa de direito dos trabalhadores, em defesa da Petrobras, não em defesa do governo", disse Adi.



A manifestação da CUT teria, segundo o presidente da CUT-SP, a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A promessa foi feita em um protesto parecido ocorrido no Rio na semana passada. "No Rio ele nos disse que queria participar, não sei se está mantido. Esperamos que sim". Segundo o Instituto Lula, a presença do ex-presidente ainda não está confirmada.



No pleito do ano passado, a CUT apoiou a reeleição de Dilma Rousseff e é considerada a central mais próxima ao governo. As Medidas Provisórias 664 e 665, editadas no ano passado e que modificam regras trabalhistas e previdenciárias, esfriaram a relação entre governo e central.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por Jose Roberto Castro e Ana Fernandes | Estadão Conteúdo
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Parmenas Alt
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