O Ministério da Saúde lançou uma política nacional de saúde do homem que pretende levar pelo menos 2,5 milhões dos que tem idades entre 20 e 59 anos ao médico pelo menos uma vez por ano. O plano prevê aumento no valor de procedimentos urológicos e de planejamento familiar e 20% de crescimento no número de ultrassonografias de próstata –em um investimento estimado em R$ 613,2 milhões até 2011.
De acordo com uma pesquisa de 2007 divulgada pelo órgão, a cada três pessoas que morrem no Brasil (mortes não relacionadas necessariamente à saúde), duas são homens. Além disso, quatro entre cada cinco pessoas entre 20 e 30 anos que morrem também são do sexo masculino. Eles respondem por quase 60% das mortes no país.
Dos mais de R$ 613 milhões, o ministério afirma que R$ 91 milhões servirão para capacitar profissionais de saúde no atendimento ao público masculino. O resto do dinheiro servirá para aumentar o número de procedimentos cirúrgicos, para a compra de equipamentos e para uma campanha sobre o tema.
A campanha deve entrar no calendário nacional do ministério, segundo o secretário de Atenção à Saúde do órgão, Alberto Beltrame. Já está prevista para o próximo ano uma nova ação sobre .
O governo também vai aumentar o valor repassado para instituições que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em procedimentos como a vasectomia, especialmente para aquelas feitas em ambulatório. Nesse caso, o valor deve aumentar em quase 150%. As vasectomias feitas com internação –69,57% delas– terão reajuste de 20%. De acordo com o ministério, o número de homens que fazem esse procedimento contraceptivo caiu pouco mais de 7%.
Outras cirurgias também terão o valor aumentado –entre elas, a de circuncisão. Conhecida como postectomia, ela consiste na retirada da pele do prepúcio que envolve a glande do pênis e é indicada para homens que tenham fimose. Segundo o ministério, a cirurgia está relacionada à prevenção de câncer no órgão e de doenças sexualmente transmissíveis.
O ministro José Gomes Temporão chegou a brincar com o fato de as mulheres procurarem mais o médico do que os homens. “Nos fins de semana, nós encontrávamos vans lotadas de senhoras alegres e saltitantes aproveitando a noite, indo ao restaurante, todas viúvas. Onde é que estão os homens daquelas senhoras alegres aproveitando a vida? Eles poderiam estar aproveitando a vida ao máximo com as senhoras alegres e saltitantes. Mas não estão. Faleceram. Imagino que as viúvas alegres e saltitantes tenham encontrado homens mais jovens”, disse.
Câncer de próstata
Para o aumento no número de ultrassonografias de próstata –que pode ajudar na prevenção ao câncer maligno- o governo pretende investir R$ 4,4 milhões. A ideia é aumentar o número de exames para 110 mil no próximo ano. Em 2008, foram feitas 78 mil ultrassonografias.
O ministério diz, baseado em estimativa do Instituto Nacional do Câncer, que o câncer de próstata será a segunda causa de mortes provocadas pela doença entre homens até o final deste ano. Entre 1979 e 2006, a taxa de mortalidade por câncer de próstata aumentou em 120%. O de cólon e reto está em quinto na lista.
Segundo o ministério, o câncer de pênis representa 2% das neoplasias (proliferação anormal de células) que atingem o homem, e está vinculado com falta de higiene e baixa condição sócio-econômica. Pelo menos mil pênis são amputados por ano no Brasil, e o câncer é mais frequente entre homens das regiões Norte e Nordeste. O governo quer aumentar o número de cirurgias e patologias do trato genital masculino em 10% ao ano.
G1