O Parlamento iraniano aprovou nesta quarta-feira as linhas gerais de uma lei que obriga o governo a revisar sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informou a agência de notícias nacional Irna.
O documento, aprovado por 167 dos 207 deputados presentes na reunião da Câmara, é a resposta do Irã à recente adoção pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que ameaça Teerã com sanções econômicas, caso seu programa nuclear não seja interrompido em 60 dias.
A lei ainda deve ser ratificada pelo Conselho de Guardiões da Revolução Iraniana antes de sua aplicação. Não está claro ainda se o documento inclui medidas específicas contra a AIEA, como a suspensão das visitas sem aviso prévio que os inspetores do organismo internacional realizam às instalações nucleares.
As autoridades de Teerã qualificaram de “ilegal” a resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentada pelo Reino Unido, pela França e pela Alemanha, e adotada por unanimidade no último sábado.
Em sua primeira reação à decisão internacional, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu que seu país tem direito a produzir energia nuclear com fins pacíficos e solicitou aos países ocidentais que eles se acostumem a conviver com essa realidade.
Além disso, o principal negociador iraniano na polêmica nuclear, Ali Larijani, assegurou que seu país iniciará a instalação de três mil centrífugas na central de Natanz, no centro do país, em resposta à resolução da ONU.
O Parlamento iraniano ameaçou ainda a comunidade internacional com uma medida que obrigaria o país a se retirar do Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear, caso as pressões para que Teerã suspenda o enriquecimento de urânio continuem.