Preocupado com a alta da inflação nos primeiros três meses, o governo começa a estudar a adoção de um conjunto de medidas para frear a economia e evitar que o índice desgarre do centro da meta de 4,5% para este ano.
A avaliação da equipe econômica é de que o combate à inflação não pode depender apenas dos juros. Serão necessárias medidas adicionais.
O sacrifício terá de ser muito pesado se for utilizado apenas o juro como arma para combater a alta da inflação.
Se nada for feito, a tendência é de o Banco Central aumentar em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros neste mês de abril, uma “paulada”, segundo um técnico do governo.
Só nos primeiros três meses, a inflação oficial já atingiu a marca de 2,06%, quase a metade da meta de 4,5%. Num ano eleitoral como este, o governo pretender atingir a meta da inflação para não se tornar alvo de críticas da oposição.
São várias as medidas que estão sendo estudadas pelo governo.
Uma delas é a de aumentar a alíquota do recolhimento compulsório sobre os depósitos a prazo e à vista para tentar restringir a liquidez da economia.
Em fevereiro, o Banco Central deu partida a esse processo de reverter algumas medidas tomadas durante a crise global e restabelecer algumas regras do depósito compulsório.
No total, as medidas adotadas em fevereiro irão enxugar R$ 71 bilhões do sistema financeiro. Hoje, no entanto, a avaliação da equipe econômica é de que esse montante parece ser insuficiente e, por isso, é possível que seja definido um novo aumento do compulsório.
Outra medida em estudo é a de baixar as alíquotas do imposto de importação para aumentar a competitividade na economia. Mas essa medida, no entanto, fragiliza a indústria nacional, o que faz com que uma boa parte da equipe econômica seja contrária à sua adoção.
O fato é que o governo está preocupado com a inflação e estuda algumas medidas para desaquecer a economia e evitar que essa missão fique apenas a cargo da política monetária.
Guilerme Barros