quinta-feira, 21/11/2024
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Governo eleva mistura de álcool à gasolina para 25% dia 1º

O Ministério da Agricultura anunciou que o percentual de álcool na gasolina vai subir dos atuais 23% para 25% a partir de 1º de julho. A ampliação vinha sendo amplamente defendida pelo ministro Reinhold Stephanes.

Segundo o ministro, os preços do álcool anidro caíram mais de 30% desde o início de maio, quando começa oficialmente a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul.

A adição maior pode resultar na queda do preço da gasolina, já que valor do álcool tem registrado baixas nas últimas semanas –leia mais abaixo. Para evitar uma possivel pressão sobre o preço do litro do álcool, o ministério informou ter criado um grupo de trabalho.

A decisão foi ratificada pelo Cima (Conselho Interministerial do Álcool e do Açúcar), formado pelos ministérios da Agricultura, Minas e Energia, Fazenda e Desenvolvimento.

Em outubro do ano passado, o governo já havia elevado a mistura de álcool de 20% para 23%, apesar dos pedidos de produtores de aumentar até o limite máximo, de 25%. Agora, com a previsão de uma safra de cana e produção de álcool recorde, a elevação foi aceita e ajudará a controlar a alta oferta no mercado.

O aumento do percentual irá gerar uma demanda adicional de 400 milhões de litros de álcool por ano, segundo o ministério, mas não haverá falta do combustível nem prejuízo às exportações, já que a produção referente à safra 2007/2008 deve atingir os 20 bilhões de litros.

Preços

Os preços do álcool apresentaram queda no último ano. De acordo com produtores paulistas, o preço do litro na porta da usina gira em torno de R$ 0,60, ou 33% menos que mesmo período de 2006, quando o valor estava próximo a R$ 0,90 por litro.

Queda semelhante foi verificada nas última semanas. Em abril, antes do início da safra, o preço do combustível na usina estava em torno de R$ 0,95 por litro segundo levantamento da Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), caindo quase 38% até agora.

Por outro lado, a mesma queda não foi verificada nas bombas, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Em junho de 2006 o litro do álcool custava em média R$ 1,609, contra R$ 1,568 registrados no começo deste mês. A variação representa uma queda de 2,55% no período.

Em recente entrevista à Folha Online, o diretor presidente da Chevron Brasil, detentora da marca Texaco, Maurício Nicholls, diz que o “preço bomba” do álcool hidratado obedece a uma dinâmica de mercado na qual vários fatores incidem.

Segundo ele, entre os fatores que impedem um repasse acelerado de preços para o consumidor destacam-se os níveis e custos dos inventários (estoque), os custos de reposição dos mesmos, a intensidade da concorrência, a rapidez da queda ou alta dos preços das commodities.

“Na maioria das vezes, os “preços bomba” flutuam muito menos que os preços das commodities, tanto na alta quanto na queda. Desta forma, o consumidor tem estabilidade muito maior nos preços”, aponta.

Ainda de acordo com Nicholls, em momentos de alta nos preços do álcool, é “quase impossível” repassar os preços rapidamente para o consumidor. “Nesses períodos, as companhias acabam por absorver por tempos longos uma boa parte dos aumentos nos custos. Em períodos de queda de preços, os fatores já mencionados fazem com que os preços para o consumidor também não sejam repassados com a mesma rapidez”, justifica.

Safra

A expansão do plantio da cana-de-açúcar para 6,62 milhões de hectares vai levar o Brasil a bater um novo recorde de produção na safra 2007/08. A colheita será de 528 milhões de toneladas, de acordo com o primeiro levantamento realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgado no fim de maio por Stephanes.

O resultado representa um aumento de 11,20% sobre a safra anterior, de 474,8 milhões de toneladas. A área plantada também cresceu 7,4% sobre os 6,16 milhões de hectares daquele período.

Segundo a Conab, a maior parte da cana (468,2 milhões ou 88,7%) será destinada à indústria sucroalcooleira. O restante (59,8 milhões ou 11,3%) será usado na produção de cachaça, açúcar mascavo, rapadura, sementes e ração.

Assim, o álcool terá o maior volume produzido da história, com 20,01 bilhões de litros, resultado 14,54% superior ao da última safra. O resultado se deve à forte demanda do produto nos mercados interno e externo, motivado principalmente pela fabricação de carros flex.

FO

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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