O governo de Mato Grosso exonerou dois conselheiros estaduais que teriam participado de desvio de dinheiro das secretarias de Cultura do estado (SEC) e de Cuiabá (SMC). Um deles foi preso em setembro deste ano, juntamente com a mulher e outras 29 pessoas, e foi indiciado pelos crimes de bando ou quadrilha, peculato desvio, ameaça, crimes contra a fé pública e lavagem de dinheiro. A participação do outro conselheiro no caso ainda é investigada.
O suposto esquema foi desarticulado pela Polícia Civil, por meio da operação Alexandria. Os dois exonerados eram representantes da classe artística mato-grossense no Conselho estadual de Cultura. De acordo com as investigações, ambos estariam envolvidos em projetos culturais fraudados cujos desvios de recursos chegaram a quase R$ 1 milhão entre 2012 e 2014. A exoneração foi publicada no Diário Oficial do estado e foi assinada pelo governador Silval Barbosa.
De acordo com a polícia, membros do Conselho de Cultura do estado montavam projetos 'frios' com a finalidade de receber e desviar os recursos destinados para essas iniciativas, oriundos do Programa de Apoio à Cultura (Proac), da SEC.
Os projetos eram assinados por 'laranjas' e, depois do pagamento, o dinheiro era repassado aos líderes da quadrilha, que usavam familiares para 'lavar' o dinheiro.
A investigação das fraudes começou em abril deste ano. A polícia analisou 541 projetos apresentados entre 2012 e 2014, nas secretarias de Cultura do estado (337) e de Cuiabá (204). No total, 49 projetos do estado e oito da capital apresentaram irregularidades.
Os projetos eram em áreas diversas – cururu e siriri, áudio e vídeo, música, shows – com valores médios entre R$ 10 mil e R$ 15 mil cada. A maior parte era elaborada com documentos falsos e estava sem a prestação de contas.
O Conselho de Cultura de Mato Grosso é formado por sete pessoas da classe artística e sete representantes do governo.
G1-MT