O corte no Orçamento Geral da União pode chegar a R$ 45 bilhões, para ajustar a programação de gastos à queda da arrecadação federal.
Além de conter as despesas, o governo ainda vai, pela primeira vez, baixar a meta de superávit primário (economia de recursos públicos para pagar juros da dívida) em pelo menos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Ministros e parlamentares, que participaram de reuniões com a equipe econômica, já antecipam o clima “sanguinolento” de amanhã, quando os cortes deverão ser anunciados oficialmente.
Independentemente do tamanho do aperto que venha a promover nas contas públicas, os investimentos do PAC serão preservados. Portanto, a tesoura vai recair sobre os investimentos propostos por intermédio de emendas parlamentares à lei orçamentária.
“Será uma sexta-feira negra”, resumiu um ministro. “Se cortarem as emendas individuais de deputados e senadores, o governo terá muito problema para administrar a Câmara e o Senado em um ano pré-eleitoral”, afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator do Orçamento de 2009. Entre os técnicos, a avaliação é que o desgaste político para reequilibrar as contas públicas seria menor se o governo suspendesse os reajustes salariais do funcionalismo.
Os aumentos, somados aos encargos, provocarão crescimento de R$ 29 bilhões nas despesas correntes de 2009 e de R$ 39 bilhões em 2010. No Planalto, porém, há dúvidas sobre as consequências dessa medida às vésperas das eleições presidenciais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.