O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) fez no mês passado uma economia de R$ 3,812 bilhões para o pagamento de juros, valor 7,1% superior ao registrado no mês anterior. Em março, o Tesouro apresentou um aumento das receitas de 13,5% por conta do pagamento de impostos. No entanto, as despesas também apresentaram um crescimento relevante, o que impossibilitou um superávit maior.
O Tesouro apresentou um superávit de R$ 8,536 bilhões e déficits de R$ 4,691 bilhões da Previdência e de R$ 32,3 milhões do Banco Central.
Do lado das receitas, o total delas cresceu 10,4%, sendo que só as do Tesouro tiveram um incremento de 13,5%. Isso ocorreu porque em março há um pagamento maior de IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) por conta do encerramento do prazo legal para o recolhimento desses tributos. Além disso, a nota do Tesouro ressalta o pagamento de lucros e dividendos da Petrobras (R$ 655,3 milhões) e do Banco do Brasil (R$ 584,4 milhões) e a liberação de 975 milhões para pagamentos referentes às compensações de exportações (Lei Kandir).
As transferências a Estados e municípios somaram 7,648 bilhões. Por outro lado, as despesas cresceram 17,9%, para R$ 36,235 bilhões, especialmente pelo pagamento de sentenças judiciais no valor de R$ 4,6 bilhões.
Ano
No ano, o superávit está em R$ 19,190 bilhões, crescimento de 29,2% sobre o mesmo período do ano passado. O superávit do ano é equivalente a 3,29% do PIB (Produto Interno Bruto).
O Tesouro contribuiu para o resultado com uma economia de R$ 30,483 bilhões, que serviu para cobrir os déficits da Previdência Social e do Banco Central, de R$ 11,183 bilhões e R$ 109,8 milhões, respectivamente.
A receita bruta apresentou uma elevação de 13,8%, para R$ 142,938 bilhões. Para o Tesouro, as receitas estão crescendo acima do esperado.
“As receitas vêm crescendo acima das expectativas de desempenho da economia e da evolução do nível de preços, mesmo após as medidas adicionais de desoneração tributária adotadas após janeiro de 2006”, diz a nota do Tesouro.
As transferências a Estados e municípios totalizaram R$ 24,675 bilhões (11,8%), o que resultou em uma receita líquida de R$ 118,263 bilhões, 14,2% maior sobre o mesmo período do ano anterior. Já as despesas cresceram 11,7%, para R$ 99,073 bilhões.