Uma investigação do governo americano rastreou a origem de quase três mil armas usadas por criminosos no Brasil entre 1998 e 2003. Segundo reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, o resultado é alarmante. Armas como Fuzil AR15, pistola 9 milímetros e pistola .45. compradas nos EUA, são as preferidas dos criminosos, mesmo tendo a venda proibida no Brasil.
As armas foram compradas nos Estados Unidos. Uma parte é de fabricação americana, a outra foi importada da Europa, Israel e também do Brasil por revendedoras americanas. Vendidas legalmente nas lojas nos EUA, as armas foram contrabandeadas para Venezuela, Argentina, Paraguai e depois vendidas para bandidos brasileiros.
Quatro em cada dez compradores nas lojas dos Estados Unidos eram brasileiros residentes no país, principalmente no Estado da Flórida. Oito em cada dez armas são de uso restrito.
O secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, nega que hoje haja descontrole e afirma que as armas estão sob sua guarda e que um levantamento mensal está sendo feito para identificar os possíveis desvios de conduta.
O relatório conclui que a investigação trouxe à tona apenas a ponta do problema, pois não há controle das armas sem a ajuda dos Estados Unidos e dos vizinhos da América do Sul.
A reportagem afirma que parte do Estatuto do Desarmamento ainda não saiu do papel três anos e meio depois de aprovado e que os Estados sonegam informações para o cadastro do Sistema Nacional de Armas. A munição que alimenta as armas dos bandidos sairia de fábricas sem identificação, em mais um desrespeito ao Estatuto.
O presidente da subrelatoria da Câmara, Raul Jungmann, que investiga o tráfico de armas, defende uma lei em que o Estado que sonegar informação não recebe dinheiro federal para segurança.
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