governador Mauro Mendes afirmou que a renovação das outorgas que permitirão a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), se for aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), vai ajudar Mato Grosso a produzir escoar mais de 100 milhões de toneladas nos próximos anos.
Mendes participou de videoconferência nesta quarta-feira (29.07) com o ministro Bruno Dantas, relator do pedido da renovação das concessões. Também estiveram presentes o chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho; os senadores Wellington Fagundes e Jayme Campos; e os deputados federais Neri Geller, Nelson Barbudo e Rosa Neide.
Caso o TCU aprove a solicitação, a FICO será construída pela empresa Vale, ligando Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT). Ao todo, o projeto prevê a construção de 1.641 quilômetros de trilhos.
“A região do Araguaia que deverá ser atendida com a chegada dessa ferrovia é predominantemente de Cerrado, fora da Floresta Amazônica. É uma região que cresceu na pecuária extensiva. Já temos muitas áreas abertas, de muitos e muitos anos. De cinco anos para cá começou a entrar a Agricultura. A região tem um potencial gigante de crescimento. Podemos produzir em torno de 30 milhões de toneladas nos próximos cinco, dez anos. Seria um fenômeno. Hoje Mato Grosso produz 70 milhões, então com mais 30 milhões poderíamos romper a casa dos 100 milhões de toneladas”, explicou o governador.
Mauro Mendes destacou que é fundamental ter uma infraestrutura e logística adequada para transportar esse volume de produção aos mercados interno e externo.
“Esse investimento na renovação antecipada das outorgas é extremante relevante e altamente estratégico para o Brasil e vai trazer grandes retornos para o país. Temos commodities minerais na região e de alimentos naquela área. Então investir nesse setor vai trazer grandes benefícios para a economia de Mato Grosso e também para a economia do país, que passa hoje por dificuldades”, citou.
Para o secretário Mauro Carvalho, a construção da FICO representará um novo marco no desenvolvimento econômico de Mato Grosso.
“Ter uma estrutura como essa para o escoamento de grãos na região, sem sombra de dúvida, vai fomentar a expansão da produção e dos investimentos. Na prática, é mais emprego para a população e também mais arrecadação, que resulta em serviços públicos melhores”, destacou.
O deputado federal Neri Geller também apontou que a ferrovia, se autorizada, vai diminuir os custos para os produtores mato-grossenses.
“Essa ferrovia vindo até Água Boa vai beneficiar principalmente a região do Médio Norte mato-grossense, que tem caminhado muito forte em avançar na produção. E isso depende muito da logística. Tivemos avanços na BR-163 e há um fluxo exagerado na rodovia, gerando até dificuldades de fazer a manutenção da estrada. Nesse caso da FICO, teríamos facilidade para abastecer o nordeste brasileiro, diminuindo muito os custos de produção aqui dentro do Brasil”, afirmou.
O projeto
No projeto, está previsto que a FICO iniciaria em Campinorte (GO) fazendo ligação com a Ferrovia Norte-Sul. Na primeira etapa, chega até Água Boa num percurso de 383 quilômetros.
Já na segunda etapa, a previsão é que sejam feitos 518 km de Água Boa até Lucas do Rio Verde, com construção de um terminal de cargas.
A etapa da ferrovia abrange um trecho de 740 quilômetros do norte mato-grossense até o município de Vilhena (RO).