Pela segunda vez em menos de dois anos, o Gás Natural Veicular (GNV) sofreu alta na Grande Cuiabá. Ontem os quatro postos – três de Cuiabá e um de Várzea Grande – reajustaram o preço de bomba em R$ 0,10, que passou a R$ 1,59/m³, representando um aumento de 6,71% em relação ao preço que vinha sendo adotado até a última quarta-feira, em R$ 1,49/³. O novo preço pegou motoristas de surpresa.
O combustível acumula alta de 17,77% desde o início do funcionamento do primeiro posto, em dezembro de 2005, quando o combustível começou a ser vendido ao preço de R$ 1,35/m³.
Os empresários alegam que estão “apenas repassando o novo preço da MT Gás, que decidiu suspender o desconto que vinha concedendo aos postos”. A Companhia Mato-grossense de Gás, a MT Gás, por sua vez, nega qualquer aumento aos revendedores.
O proprietário do posto Vip, Paulo Emboava, admite estar repassando parte do aumento por conta própria. “Na verdade, a MT Gás cortou o desconto que vinha concedendo para o varejo, por isso tivemos que repassar os novos preços na bomba”. Parte desta majoração, segundo ele, foi do próprio posto. Dos 6,71%, o posto teria aumentado o preço do GNV em torno de 2%. A diferença (4,71%) teria ficado por conta do fim do desconto da MT Gás.
“Neste período de quase dois anos tivemos duas pequenas altas e o aumento do número de postos, o que reduziu a nossa margem de lucro e aumentou os nossos custos operacionais, encargos e salários. Estamos fazendo a recomposição de parte das perdas que tivemos com a redistribuição das vendas do GNV para quatro postos”, argumentou Emboava.
Segundo ele, mesmo com a alta o preço do gás natural em Cuiabá ainda é um dos mais baratos do país. “Para se ter uma idéia, em Campo Grande (MS), onde o gás já é canalizado, o preço é de R$ 1,59/m³. O gás aqui ainda está mais barato”.
O dono do posto Metropolitano, Ranmed Leite Moussa, confirma que o posto está “aplicando a alta proveniente do fim do desconto da MT Gás”. Ele também admite que parte do aumento foi por conta do posto, “visando recompor custos operacionais e compensar a queda das vendas”.
O gerente do posto Santa Elisa, Ronaldo Aparecido Silva, diz que a empresa recebeu “uma nova posição da MT Gás sobre os preços do GNV” e está repassando o aumento ao consumidor. “Não sei informar como esta alta aconteceu, mas fomos obrigados a repassar na bomba”.
MT GÁS – O presidente da MT Gás, Helny de Paula, negou que a companhia tivesse aumentado o preço do GNV. “Não repassamos nada. O mercado é livre e a alta foi por conta deles (postos)”, defendeu-se. Segundo Helny, o preço adotado pela MT Gás “é o mesmo desde o início do funcionamento do primeiro posto de GNV, há dois anos. Não aumentamos uma vez sequer”.
Sobre o suprimento aos postos, ele voltou a reafirmar que não há qualquer ameaça de faltar Gás Natural Veicular em Cuiabá. “Estamos tranqüilos, pois o que consumimos aqui ainda é um volume considerado pequeno e não há risco de desabastecimento”.
No mês passado a MT Gás vendeu cerca de 700 mil m³ de gás natural na Grande Cuiabá, sendo 360 mil m³ para os postos e o restante (340 mil m³) para a Sadia, em Várzea Grande.
“Continuamos abastecendo os quatro postos de revenda – três de Cuiabá e um de Várzea Grande – e também a Sadia, que já está utilizando o gás natural em sua indústria”, informou Helny.